Uma cepa de um novo tipo de coronavírus, que afeta suínos, pode também infectar seres humanos, segundo estudo publicado pela revista científica PNAS. De acordo com os cientistas da Universidade da Carolina do Norte, o vírus que causa a síndrome da diarreia aguda em porcos (SADS-CoV) representa uma ameaça à economia global e à saúde da população.
Identificado como SADS-CoV (não confunda com SARS-CoV-2), o coronavírus suíno pode ser replicado em células do fígado e do intestino de seres humanos, além de células presentes nas vias aéreas. No entanto, as reações provocadas pela doença nas pessoas ainda são desconhecidas, pois, existe uma ausência de casos registrados.
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Segundo os pesquisadores, o vírus já infectou porcos na China e em outros países. "A reprodução eficiente em células primárias do pulmão e intestino humano indica que o SADS-CoV representa um grande risco de expansão que poderia impactar negativamente a economia global e a saúde humana", afirmam os cientistas na publicação.
O que se sabe?
Até o presente momento, os cientistas sabem que o vírus se trata de um alfacoronavírus, da mesma família que o SARS-CoV-2 (coronavírus), responsável pela Covid-19. No entanto, nos suínos, o patógeno gera complicações gastrointestinais, com sintomas de diarreia e vômito que, inclusive, podem ser fatais para esses animais.
“Enquanto muitos investigadores se concentram no potencial emergente dos betacoronavírus como SARS e MERS, os alfacoronavírus podem ser igualmente preocupantes para a saúde humana”, explicou o professor de epidemiologia da Escola de Saúde Pública Global da Universidade da Carolina do Norte, Ralph Baric, por meio do estudo.
Na análise, um dos pesquisadores, Caitlin Edwards, destaca que apesar de ainda não haver casos registrados em humanos a informação de que o vírus pode infectar pessoas acende um alerta sobre o possível surgimento de uma nova pandemia.
No estudo, os cientistas testaram vários tipos de células e as infectou com uma forma sintética do SADS-CoV, com a intenção de compreender como elas se comportariam ao serem expostas ao vírus. Os resultados indicaram que uma quantidade considerável de células de mamíferos, incluindo humanos, foram vulneráveis à infecção.
“É impossível prever se este vírus poderia emergir e infectar populações humanas. No entanto, a ampla gama de hospedeiros do SADS-CoV, juntamente com a capacidade de se replicar no pulmão humano primário e em células entéricas, demonstra risco potencial para eventos futuros de emergência em populações humanas e animais”, ressalta Edwards.
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