Em Porto Alegre (RS), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apoiada pelos farmacêuticos, promoveu a reestruturação da Assistência Farmacêutica, com implantação dos consultórios farmacêuticos, e a informatização do programa para diabetes, elevando em 25% o acesso ao tratamento neste ano, segundo revelou o Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Com a ajuda dos farmacêuticos das farmácias distritais e da atenção primária, a SMS da capital gaúcha reformulou a Assistência Farmacêutica, implantando consultórios farmacêuticos e informatizando o Programa Municipal de Distribuição dos Insumos para Diabetes (PMDID). Isso possibilitou a ampliação em 25% no acesso ao tratamento em 2020, em relação ao ano passado, mesmo com as restrições impostas pela pandemia.
Segundo o CFF, o atendimento prestado pelos farmacêuticos está melhorando a qualidade de vida dos pacientes e reduzindo mortes, além de ampliar as vagas para consultas médicas e gerar economia de recursos para os cofres públicos. “O serviço tem excelente aprovação. O absenteísmo nas consultas farmacêuticas é 50% menor do que o registrado nas consultas especializadas na rede municipal. Em pleno isolamento social, os farmacêuticos asseguraram atendimento a mais de 1,4 mil pacientes”, revela o CFF em informativo.
De acordo com o Conselho, um ganho importante com a atuação dos farmacêuticos foi a redução de demanda por consultas médicas na Atenção Primária à Saúde. Os profissionais realizaram 1.421 atendimentos para orientação ao paciente, especialmente sobre o uso da caneta aplicadora de insulina. Desse total, 693 fizeram a substituição de frasco-ampolas por canetas aplicadoras sem a necessidade de deslocamento até as unidades básicas de saúde para obtenção de nova prescrição. Os farmacêuticos viabilizaram inclusive que pessoas cegas ou com dificuldade de mobilidade que preenchiam os critérios do Ministério da Saúde pudessem fazer uso desse insumo.
“Durante a consulta farmacêutica, os profissionais avaliam a farmacoterapia dos pacientes e orientam quanto à doença e ao tratamento, entregam os insumos e esclarecem todas as dúvidas sobre a forma correta de utilização do glicosímetro e da aplicação da insulina, seja por seringa ou caneta, bem como sobre o seu correto armazenamento e descarte”, revelou ao informativo do CFF a farmacêutica Marialva Almeida Gonçalves, que integra a equipe.
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Para o coordenador da Assistência Farmacêutica Municipal, Leonel Almeida, as estatísticas mostram a importância desse tipo de atendimento. “Seis em cada dez pacientes congelam a insulina e metade não sabe o que fazer com o aparelho de glicemia. Ou seja, não compreendem o risco de uma glicemia abaixo de 70 mg/dl, por exemplo. Além disso, um terço tem glicemia acima de 300 mg/dl, e 10% dessas pessoas precisam do acompanhamento do farmacêutico para ter maior autonomia no uso de insulina, e retomar o seu atendimento na unidade básica de saúde”, salientou.
Segundo o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, a experiência de Porto Alegre deve ser analisada com atenção, mas revela um abordagem exitosa do projeto piloto, tendo em visa que em uma região de aproximadamente 200 mil habitantes o número de óbitos entre dos pacientes atendidos foi menor do que aquele registrado entre os demais locais: 4 contra 18 mortes.
“Pelos excelentes resultados, a experiência de Porto Alegre é considerada modelo para farmacêuticos e para gestores de saúde que atuam no SUS. Quanto maior for o número de municípios adotando as mesmas iniciativas, maior será a ampliação do acesso aos insumos e a melhoria da qualidade do atendimento às pessoas com diabetes”, revelou Jorge João.
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