Um estudo recente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) constatou que sete amostras de álcool gel comercializadas em farmácias e mercados apresentaram um teor de álcool abaixo dos 70%, índice recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atestar a eficácia do produto, principalmente, em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Isso acaba sendo um risco para quem está utilizando porque a pessoa acredita que é um produto seguro. Ela pode até levar a mão à boca, ao nariz, ao olho, mas não está higienizada corretamente. A gente percebeu que as marcas que já têm uma tradição em trabalhar com produtos de açúcar e álcool ou marcas de cosméticos têm um teor dentro do esperado”, destacou o pesquisador do IPT, João Paulo Amorim de Lacerda, em matéria publicada no Grupo Sul News.
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De acordo com a Agência reguladora, a concentração do etanol nas formulações de desinfetantes líquidos para as mãos deve estar entre 60% e 80% para que esses produtos sejam eficazes na eliminação de germes que causam doenças, entretanto, para as formulações de álcool gel a concentração mínima deve ser de 70%.
Lacerda completou: “Aquelas que a gente percebeu que estavam fora [do índice de etanol desejado] são marcas menos conhecidas ou marcas novas, que aproveitaram a pandemia para fabricar esse tipo de produto”, explicou ele, que também é químico.
As marcas
Questionado sobre o nome das marcas que foram analisadas, Lacerda destacou: "Não podemos revelar quais são as marcas, pois, o IPT possui um contrato de confidencialidade". Segundo o pesquisador, essa iniciativa por hora teve motivações internas do Instituto, pois, houve um pico de novas empresas fabricando esse tipo de produto. "Então, não foi um trabalho para gerar uma denúncia, por isso, não podemos divulgar o nome das marcas", disse ele, em entrevista à rádio CNN.
No entanto, o químico reforçou a dica sobre a escolha de marcas mais conhecidas: “Marcas que já eram conhecidas e mais tradicionais são mais confiáveis, principalmente, aquelas que já estavam no mercado antes da pandemia”, afirmou.
Por fim, Lacerda recomendou: “Um detalhe importante é saber se o produto tem todas as informações no rótulo, como o endereço da fabricante, o CNPJ e se destaca o químico responsável, pois, dessa maneira, caso a pessoa tenha algum problema em decorrência do uso do produto ela saberá quem acionar. Até mesmo no caso de ter que procurar as autoridades”, encerrou.
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