O laboratório boliviano Sigma recebeu uma autorização do governo para fabricar o antiviral russo Avifavir, no último sábado (29/08), que tem sido utilizado no tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus (Covid-19).
"O medicamento chegará à Bolívia da Rússia. O Sigma Corp. ficará encarregado de fabricá-lo e embalá-lo", destacou ao jornal Página Siete o diretor do Serviço de Saúde Departamental (Sedes) de Cochabamba, Yercin Mamani.
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Já no Facebook, o laboratório Sigma também confirmou a autorização: "Temos o prazer de anunciar que o medicamento Avifavir foi aprovado nos testes relevantes para ser admitido no uso sob prescrição na Bolívia”, explicou a companhia.
Aprovação
O Ministério da Saúde russo aprovou o uso do Avifavir em um processo acelerado enquanto realizava os ensaios clínicos, feitos por um período mais curto e com menos pessoas do que em muitos outros países, que ainda estavam em andamento.
Segundo a agência Reuters, em junho de 2020, o chefe do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF, em sigla original), Kirill Dmitriev, confirmou que aquele país deveria disponibilizar seu primeiro medicamento aprovado contra o novo coronavírus.
E foi justamente o RDIF que anunciou, em agosto de 2020, uma assinatura de acordos com sete países latino-americanos, incluindo a Bolívia, para o fornecimento do medicamento. Contudo, com o governo boliviano o negócio incluiu o laboratório Sigma para fabricação da substância.
O medicamento
O Avifavir, conhecido pelo nome genérico de favipiravir, foi desenvolvido, inicialmente, nos anos 1990 por uma indústria farmacêutica japonesa que, posteriormente, acabou sendo adquirida pela Fujifilm, logo após a companhia migrar para o setor de saúde e ampliar os seus negócios.
Segundo Dmitriev, os pesquisadores russos modificaram o medicamento, que inicialmente foi desenvolvido para tratar outros tipos de vírus, para que ele fosse utilizado no tratamento da Covid-19.
A iniciativa de aprovar o uso do medicamento na Rússia aconteceu durante a última fase dos ensaios clínicos com 330 pacientes na Rússia, pois, o RDIF pressionou o Ministério da Saúde daquele país para que liberasse o Avifavir no tratamento da doença.
“O Avifavir não é apenas o primeiro medicamento antiviral registrado contra o coronavírus na Rússia, mas também é talvez o medicamento anti-Covid-19 mais promissor do mundo. Foi desenvolvido e testado em ensaios clínicos na Rússia em um período sem precedentes, permitindo que o Avifavir se tornasse o primeiro medicamento registrado com base no favipiravir no mundo", destacou Dmitriev, na ocasião da aprovação, à imprensa.
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