Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina de Botucatu (SP) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP), demonstrou que o hormônio irisina, quando menos presente em pessoas com obesidade, favorece a presença do coronavírus (Covid-19).
Ainda em fase preliminar, em cultura de tecidos, a pesquisa explica que a irisina é conhecida como hormônio do exercício, pois, é naturalmente liberada no organismo durante as atividades físicas, ajudando na transformação de gordura em energia. Nesse sentido, a análise sugere que a falta dessa substância hormonal torna a pessoa mais predisposta à doença.
Ao contrário, a presença em maiores quantidades de irisina favorece não só ao gasto energético, com também ajuda contra doenças metabólicas.
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Inicialmente, a ideia do grupo de pesquisadores envolvidos, que conta com a presença da professora Marna Eliana Sakalem, do Departamento de Anatomia do Centro de Ciências Biológicas (CCB), era estudar o papel do hormônio na redução do tecido adiposo, em comparação a outros hormônios. No entanto, em meio à pandemia, os cientistas aproveitaram a grande quantidade de dados coletados e ampliaram o foco.
O estudo
O artigo, intitulado Irisin modulates genes associated with severe coronavirus disease (Covid-19) outcome in human subcutaneous adipocytes cell culture, está na edição de setembro de 2020 da revista científica Molecular and Cellular Endocrinology, que é uma renomada publicação holandesa de endocrinologia criada em 1974.
O periódico possui mais de 16 milhões de documentos em seus arquivos e mais de 30 mil e-books. O número de downloads já ultrapassou 1 bilhão.
Mais suscetíveis
Vale ressaltar que, recentemente, outro estudo demonstrou que pessoas obesas são mais suscetíveis à Covid-19. Desenvolvido por cientistas da Califórnia, nos Estados Unidos, uma pesquisa analisou dados de 5.652 pacientes que testaram positivo para o novo coronavírus.
Na análise, os estudiosos descobriram que a obesidade é um fator importante de agravamento da doença, podendo aumentar os riscos de morte, principalmente, no caso de pacientes do sexo masculino com menos de 60 anos.
Publicado na revista científica Annals of Internal Medicine, o levantamento analisou pessoas infectadas entre fevereiro e maio de 2020. Nesse sentido, os pesquisadores concluíram que pacientes obesos deste grupo tinham até quatro vezes mais chance de morrer pela doença.
"Encontramos uma associação impressionante entre o IMC e o risco de morte entre pacientes com diagnóstico da Covid-19 em um sistema integrado de saúde. Essa associação foi independente das comorbidades relacionadas à obesidade e outros fatores potenciais", escrevem os autores.
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