Uma situação tem intrigado especialistas em saúde em todo o mundo. Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os casos de diabetes tipo 1 em crianças aumentaram significativamente, fato que sugere uma possível ligação entre as duas doenças. A informação foi divulgada nesta terça-feira (18/08), por cientistas do Imperial College London, no Reino Unido.
Nesse sentido, os pesquisadores acabam de divulgar o primeiro estudo que relaciona a Covid-19 ao aumento de casos de diabetes tipo 1 em crianças: "Nossa análise mostra que, durante o pico da pandemia, o número de casos novos de diabetes tipo 1 em crianças foi anormalmente alto em dois dos hospitais (que estudamos) na comparação com anos anteriores", disse a coautora do estudo, Karen Logan, em matéria publicada no UOL.
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Ela completou: "Quando estudamos mais, algumas crianças tinham coronavírus ativo ou já haviam sido expostas ao vírus", afirmou. Karen ainda lembra que relatos de outros países, como a China e a Itália, também apresentam situações de crianças que tiveram o vírus sendo diagnosticadas com diabetes tipo 1.
O estudo
Para formular essa ideia, o estudo, que foi publicado no jornal científico Diabetes Care, analisou dados de 30 crianças em hospitais de Londres, que tiveram diabetes tipo 1 em meio ao surto pandêmico.
Desse total, vinte e seis crianças testaram positivo para Covid-19 ou já haviam sido expostas ao vírus, fato que foi constatado por meio da presença de anticorpos contra a doença.
Diabetes tipo 1
O diabetes tipo 1 é uma doença que causa a destruição de células pancreáticas produtoras de insulina, fato que impede o organismo de produzir insulina suficiente para controlar os níveis de açúcar na corrente sanguínea.
Nesse sentido, os cientistas responsáveis pelo estudo afirmam que uma explicação possível é que o peplômero (estruturas proeminentes, geralmente constituídas de glicoproteínas e lipídios) do novo coronavírus pode atacar células do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. "É preciso pesquisar mais para se determinar se existe um elo definitivo, mas, enquanto isso, esperamos que os clínicos o levem em conta [esse estudo]", finalizou Karen.
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