Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo chip cerebral capaz de auxiliar no tratamento de doenças como o câncer e o Alzheimer. Por meio da técnica, a equipe norte-americana conseguiu reproduzir a barreira hematoencefálica (BHE), utilizando o dispositivo e, recriando, assim, sua fisiologia da forma mais realista possível.
Por meio do novo chip, a evolução no tratamento de várias doenças poderá acontecer, justamente, porque o corpo humano é feito de várias barreiras que impedem a passagem de substâncias. Uma delas é a BHE, que é uma estrutura altamente seletiva que protege o Sistema Nervoso Central (SNC) de substâncias presentes no sangue. Muitas dessas estruturas de proteção filtram a ação, inclusive, de medicamentos que, sem elas, teriam uma ação direta no sistema nervoso central.
Leia também: Farmacêutico desenvolve exame que descobre Alzheimer 30 anos antes dos primeiros sintomas
Nesse sentido, entender o funcionamento dessa barreira no cérebro é fundamental para o tratamento de doenças como o Alzheimer e, até mesmo, de muitos tipos de cânceres, pois, esse conhecimento poderá resultar no desenvolvimento de medicamentos mais avançados e inteligentes.
Além de facilitar o estudo da BHE humana, o chip também replica, com precisão, a sua função a partir de células, que formam a estrutura dessa anatomia.
Como o dispositivo funciona?
O chip consegue criar um ambiente seguro para uma das células que é considerada um dos componentes centrais dessa barreira, a astrócito. Essa célula tem uma função de mediadora entre os neurônios e o sistema circulatório, pois, auxilia na liberação da entrada de substâncias químicas.
Um dos desafios encontrados durante a pesquisa aconteceu devido ao fato de que o cultivo das astrócitos é de difícil preservação fora do ambiente cerebral. Segundo os cientistas, em culturas 2D, essas células são mantidas deformadas, entretanto, eles conseguiram cultivá-las em 3D.
Com a configuração tridimensional, o chip conseguiu acrescentar métodos para pesquisas confiáveis na barreira hematoencefálica humana. De acordo com os pesquisadores, atualmente, existem poucas alternativas de estudos que foram desenvolvidas dessa maneira.
Para o professor da Escola de Engenharia Mecânica George W. Woodruff, da Georgia Tech, YongTae Kim, o método é inovador e poderá auxiliar em muitas terapias. "Nenhum modelo animal chega perto o suficiente da intrincada função da barreira hematoencefálica humana. E precisamos de modelos humanos melhores, porque drogas experimentais que entraram com sucesso no cérebro de animais falharam na barreira humana", explica ele, que é um dos principais pesquisadores do estudo, em matéria publicada no portal Canal Tech.
O novo chip tem ganhado grande repercussão na imprensa internacional. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature Communications. Vale ressaltar que, a pesquisa, ainda está em fase inicial, por isso, o aparelho ainda deverá passar por mais testes.
Participe também: Grupo de WhatsApp para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.