Novo escândalo envolvendo as vítimas de talidomida no Brasil

Novo escândalo envolvendo as vítimas de talidomida no Brasil

A Fundação Contergan, da Alemanha, quer suspender o pagamento de pensões às vítimas da síndrome da talidomida no Brasil. Intitulado Sedalis, o calmante, receitado para gestantes nas décadas de 1950 e 1960, causou, na época, deformações nos fetos. Em território nacional, mais de 58 pessoas recebem, atualmente, o benefício. No mundo, o medicamento causou malformações em mais de dez mil bebês.

O medicamento, à base da talidomida, substância, usualmente, utilizada como sedativo e anti-inflamatório, era comercializado como ‘calmante sem contraindicações’. Por isso, foi muito consumido por gestantes, causando graves deformações nos fetos. Na Alemanha, o produto era vendido para as grávidas, sendo indicado para reduzir enjoos.

De acordo com reportagem divulgada nas emissoras alemãs, NDR e SWR, da revista Der Spiegel, a fundação Contergan, que foi criada para ajudar a indenizar as vítimas, alega que o calmante não era fabricado pela indústria farmacêutica Grünenthal, pois se tratava de um medicamento licenciado.

Sob essa alegação, a entidade argumenta, em nota, que o produto é “fabricado e comercializado sob responsabilidade do proprietário do licenciamento. No entanto, conforme mostrado na reportagem das emissoras, desde 1973, o Sedalis aparece listado como sendo de propriedade da Grünenthal. Além disso, a mesma farmacêutica aparece destacada na bula do medicamento como fabricante.

Em outubro de 2019, algumas vítimas receberam uma carta em alemão da fundação. No conteúdo, era anunciada a revogação do pagamento dos benefícios. Ao site Terra, Marcus Arruda, um dos beneficiários, afirma ter ficado chocado quando descobriu do que se tratava o documento: "Só de pensar nisso [no corte do auxílio] fico muito preocupado". Atualmente, ele recebe € 2 mil (cerca de R$ 9 mil) por mês, dinheiro que usa, inclusive, para suas despesas médicas.

Já em entrevista à TV Brasil, o engenheiro, Luis Carlos Silva dos Santos, outra vítima, afirma que está abalado com a notificação: "Meu sistema emocional está em frangalhos, não consigo pensar em outra coisa a não ser nisso [suspensão do benefício]. Eu ganho essa pensão há 43 anos, minha vida está toda estruturada em cima dessa renda", conta.

Já a artista plástica, Tina Felice, também vítima do medicamento, complementa: "Eles [o laboratório] já me tiraram muitas coisas, então devem me possibilitar, ao menos, um resgate de outras. Não é possível que agora me deixem no vão, no limbo. É necessária uma compensação”.

No Brasil, mais de vinte vítimas serão prejudicadas pela medida. Para tentar evitar a suspensão dos benefícios, o grupo entrou na justiça. "Na realidade, tudo está ao nosso lado [das vítimas], eu não entendo qual é a ideia, nem qual a intenção da fundação em causar todo esse transtorno", explica o advogado, Christian Hagebbock, responsável por representar os beneficiários.

Vale destacar ainda que, criada no início da década de 1970, pelo Estado alemão, a Fundação Contergan, atualmente, sob o guarda-chuva do Ministério da Família, prometeu, na época, dar auxílio vitalício às vítimas da talidomida. Segundo a Spiegel, 2.584 pessoas, sendo 300 estrangeiras, recebem uma pensão mensal que varia entre € 719 e € 8.117 (equivalente a um valor entre R$ 3 mil a R$ 36 mil). Os recursos vêm, principalmente, de impostos.

Atualmente, a talidomida ainda é comercializada no Brasil, com a finalidade de tratar doenças como câncer e hanseníase. No entanto, o medicamento não é encontrado nas farmácias, a distribuição é controlada pelo Ministério da Saúde.

Confira a matéria da TV Brasil sobre o escandalo da talidomida no Brasil

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