Os Testes Laboratoriais Remotos (TLR) são uma realidade cada maior nas redes farmacêuticas, a partir de quando a Lei 13.021/14 foi implementada. Esse aumento na disponibilidade de testes vem ao encontro de um novo estudo publicado na revista científica Lancet Medical Journal, que recomenda aos jovens, a partir de 25 anos, um monitoramento dos níveis de colesterol, pois, de modo geral, esse controle só começa a ser realizado bem mais tarde.
O estudo, que envolveu mais de 400 mil pessoas em 19 países, apontou que um indivíduo que apresenta um nível de colesterol LDL elevado (popularmente chamado de ruim) aos 45 anos, tem mais riscos de sofrer um ataque cardíaco ou um derrame aos 75 anos do que aqueles que só apresentaram o indicador aos 60. Segundo a pesquisa, a explicação está no acúmulo de gordura no sangue por um longo período da vida.
“Precisamos começar cedo”, afirmou, em comunicado publicado no Estadão, o professor alemão Stefan Blankenberg, que participou do consórcio internacional. “Determinar os níveis de colesterol ruim deveria estar nas nossas diretrizes já a partir de uma idade baixa, entre 25 e 30 anos", completou.
Procura por testes nas farmácias
Com exclusividade ao ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, o farmacêutico, Clemilton Pereira da Cunha, que realiza testes laboratoriais na rede Panvel, fala sobre sua rotina diária e constata que os dados apontados pela pesquisa são uma realidade. “Os casos aumentaram bastante na faixa etária mais jovem da população, até mesmo em crianças. Nos jovens, entre 25 e 30 anos, a incidência desse tipo de problema tem sido alta”, comenta.
Cunha ainda aponta fatores que têm influenciado esse cenário. “Além de, muitas vezes, ter a questão genética, os hábitos ruins contribuem muito para os novos casos. Saiu agora uma pesquisa pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que mostra, justamente, que os jovens estão mais sedentários. Enfim, esses comportamentos, como a falta de atividade física e a má alimentação, são primordiais para o aumento dos níveis de colesterol e triglicérides e corroboram com o levantamento atual”, enfatiza.
Entretanto, o farmacêutico ressalta que os jovens ainda não se preocupam em realizar o monitoramento do colesterol. “Normalmente, são as pessoas de mais idade que se envolvem com o tema. Quando o jovem vem procurar um acompanhamento, normalmente, é porque tem algum histórico familiar. Por isso, ele fica atento ao fator genético”, afirma.
Por fim, o profissional dá um panorama sobre como o serviço é útil para a população e traz credibilidade à farmácia. “Facilita bastante a vida do paciente. Na maioria das vezes, ele não tem tempo de ir a uma clínica, recolher amostra e esperar o resultado, a pessoa perde até um dia de serviço para isso. A presença desses testes nas farmácias faz com que o usuário tenha essa flexibilidade de realizar, de forma rápida, sem comprometer a rotina, além disso, o resultado é imediato”, explica Cunha.
Ele finaliza: “Para a farmácia, o grande benefício é da percepção da qualidade daquele serviço pelo paciente. É uma forma de gerar fidelização, porque ele sabe que tem aquele teste disponível no estabelecimento ao lado de casa”, encerra.