A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou, nesta segunda-feira (07/06), o uso de um novo medicamento para combater o Alzheimer; o aducanumab, da empresa de neurociência Biogen.
A aprovação vem após 18 anos desde que houve um fármaco autorizado para essa finalidade pela agência. Porém, até 2003, a FDA apenas aprovou medicamentos que tinham potencial de reduzir os sintomas da doença, não de frear sua progressão, como é o caso do aducanumab.
O medicamento aprovado já vinha sendo estudado desde 2016 e, em seus estudos demonstrou eficácia para remover as placas prejudiciais do cérebro, as chamadas beta-amiloides (conhecidas como A-beta).
Conforme reportado pela Época Negócios, em relatório, a FDA afirmou que o medicamento reduz a amiloide de pacientes com Alzheimer. Porém, alguns pesquisadores questionam esse poder do aducanumab, afirmando que é preciso analisar melhor o papel do amiloide.
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Cabe destacar que, em primeiro estudo, o fármaco não obteve eficácia no tratamento da doença. Porém, em segunda análise, os testes foram realizados com dosagens elevadas do medicamento. E então, neste caso, observou-se que ele conseguiu frear a evolução do Alzheimer em 22% dos casos em um intervalo de 18 meses.
De toda forma, a autorização pela FDA foi realizada de maneira acelerada. Isso exigirá que a Biogen realize mais pesquisas sobre os benefícios do fármaco para que ele possa se manter em comercialização.
Independentemente das divergências no meio científico, o diretor do escritório de novos medicamentos da FDA, Peter Stein, afirmou que os pacientes querem usar o fármaco mesmo com as incertezas.
“Ouvimos muito claramente dos pacientes que eles estão dispostos a aceitar algumas incertezas para ter acesso a um medicamento que pode fornecer um benefício significativo na prevenção da progressão desta doença que, como todos sabemos, pode ter consequências devastadoras”, afirmou Stein em uma coletiva.
O novo medicamento terá o nome Aduhelm e será produzido em parceria da Biogen com a empresa japonesa Eisai. Segundo a Bloomberg, o custo anual para o tratamento com a nova droga será de US$ 56 mil, ou seja, cerca de R$ 282,5 mil.
Brasil tem exame que detecta Alzheimer até 30 anos antes
Enquanto isso, no Brasil, um exame revolucionário que detecta o Alzheimer com até 30 anos previamente foi desenvolvido por cientistas brasileiros e está com testes em fase inicial.
Assim como o aducanumab, este exame atua na proteína beta amiloide. Este novo método foi desenvolvido pelo farmacêutico e professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Gustavo Alves.
Alves, que conduz os cursos de Pós-graduação em Farmácia Clínica e Farmácia Hospitalar no ICTQ, explicou o exame e como ele pode contribuir no combate à doença.
“Por meio do teste, descobrimos duas proteínas, a tau e a beta amiloide, que estão relacionadas com ao surgimento da doença nos pacientes. Com isso, nós conseguimos comprovar a viabilidade do teste de saliva como preditivo para pessoas com Alzheimer. A partir do momento em que o paciente sabe que tem propensão a desenvolver a doença - ou que está nos estágios iniciais ou antes - ele pode tomar medidas em relação à alimentação e à dieta”.
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