Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), agência que regulamenta o uso de medicamentos no país, está prestes a dar uma possível aprovação ao aducanumab, fármaco visto pelos seus criadores como revolucionário no combate ao Alzheimer.
De acordo com o portal Época Negócios, a decisão está prevista para 7 de junho próximo. O medicamento criou boas expectaticas em muitos pesquisadores que estudam a doença. O motivo para o entusiasmo se dá porque o princípio ativo do aducanumab já demonstrou eficácia para remover as placas prejudiciais do cérebro, as chamadas beta-amiloides (conhecidas como A-beta).
Os criadores do medicamento são Roger Nitsch e Christoph Hock, da Universidade de Zurique. Eles explicaram que, inicialmente, foram analisados pacientes idosos saudáveis, em boa forma.
Assim, eles se concentraram na busca específica por células do sistema imunológico capazes de produzir anticorpos contra as placas A-beta. E acreditam que as encontraram, pois eles conseguiram decifrar os anticorpos e os recriaram em laboratório.
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Após a descoberta, com apoio da empresa Biogen, eles começaram a fazer os testes clínicos, ainda em 2016. No primeiro ensaio, em 2016, o aducanumab combateu com sucesso as placas A-beta em 166 pacientes com Alzheimer.
No entanto, posteriormente, um ensaio com 3,2 mil participantes acabou resultando em conclusões contraditórias. Em 2019, os estudos foram interrompidos, pois os resultados provisórios não mostraram melhoras cognitivas nos voluntários.
Foi em outubro de 2019 que veio a reviravolta. Os pesquisadores mudaram o parecer pois observaram que houve uma melhora comprovada no desempenho de memória das pessoas do primeiro grupo de estudos. Foi, então, que a Biogen solicitou então a aprovação da FDA.
No entanto, ainda assim, a agência reguladora pontuou que o medicamento tinha pouca eficácia comprovada e, por isso, estendeu a revisão do medicamento para junho de 2021.
Por outro lado, os pesquisadores argumentaram que as divergências nos resultados podem estar associadas à dosagem aplicada. Ainda assim, eles afirmaram que pessoas com predisposição genética ao Alzheimer responderam melhor ao medicamento.
“O aducanumab é uma droga que consegue eliminar de forma quase completa do cérebro do paciente a patologia primordial. Trata-se de uma história fantástica: quanto mais desse anticorpo se fornece, mais a patologia se decompõe", explicou o professor de neurodegeneração molecular Christian Haas, do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas (DZNE) em Munique. Contudo, vale reforçar que a Biogen não promete curar nem reverter o Alzheimer, mas alega que a droga diminui a taxa de declínio.
Exame detecta Alzheimer até 30 anos precocemente
Enquanto a FDA decide sobre o medicamento, no Brasil, pesquisadores desenvolveram, em 2020, um exame que permite diagnosticar o Alzheimer por meio da saliva do paciente, 30 anos antes dos primeiros sintomas da doença. O método foi descoberto por meio do projeto de doutorado do farmacêutico e professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Gustavo Alves.
Alves, que é docente no curso de Pós-graduação em Farmácia Clínica e Farmácia Hospitalar do ICTQ, explicou como foi o processo de pesquisa:
“O teste é feito a partir da saliva, que é um elemento de fácil obtenção, sendo indolor. Por meio do teste, descobrimos duas proteínas, a tau e a beta amiloide, que estão relacionadas com ao surgimento da doença nos pacientes. Com isso, nós conseguimos comprovar a viabilidade do teste de saliva como preditivo para pessoas com Alzheimer”.
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