A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de paracetamol, em todas as apresentações. Segundo o órgão regulador, isso pode levar a eventos adversos graves, incluindo hepatite medicamentosa e morte.
De acordo com a Anvisa, o paracetamol vem sendo utilizado para aliviar sintomas de eventos adversos pós-vacinais, como febre e dores de cabeça. Entretanto, a utilização incorreta pode causar eventos adversos graves, com desfecho fatal quando o uso é prolongado ou acima da dose máxima diária.
“Deve-se ter em mente que para qualquer medicamento existe um risco associado ao seu consumo. Por isso, é fundamental que o produto seja utilizado de forma correta, seguindo as recomendações de bula e as orientações dos profissionais de saúde”, diz a Agência.
As principais reações observadas após a vacinação são dor de cabeça, febre e dor no corpo, que variam de leves a moderadas. Os efeitos colaterais da vacina da Covid-19 devem desaparecer em poucos dias, diz a Anvisa.
Ainda conforme o órgão, uma vez utilizado para alívio de dores e febre, devem ser observadas a dose máxima diária de paracetamol e o intervalo entre as doses recomendado em bula, para cada faixa etária.
Para adultos e crianças acima de 12 anos, a dose máxima é de 4 gramas em um dia (24 horas); em crianças entre 2 e 11 anos não deve ser utilizado mais de 50-75 mg/kg, em um dia. Já para as crianças abaixo de 11 kg ou 2 anos ou com menos de 20 kg deve-se consultar um médico antes de usar.
A Agência salienta que a ocorrência de quaisquer eventos adversos, incluindo erros de medicação e near miss, utilizando paracetamol e outros medicamentos deve ser registrada no VigiMed. “A identificação detalhada do medicamento suspeito, informando minimamente fabricante, concentração e lote, bem como a dose e o tempo de uso é de suma importância”.
“Caso o evento adverso seja identificado em instituição de saúde que tenha serviço de farmacovigilância ou equivalente, o profissional deve notificar ao serviço que, por sua vez, complementa a informação e a registra no VigiMed. As suspeitas de desvios de qualidade (queixas técnicas) devem ser registradas no Notivisa”, completa o órgão regulador.
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Alertas da Anvisa devem ser observados com atenção pelos profissionais de saúde, conforme aponta o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, frisando os riscos que o paciente pode correr com o paracetamol.
“O farmacêutico deve sempre orientar ao paciente que o uso de paracetamol precisa ser cauteloso, visto que, apesar de isento de prescrição médica, ele não é isento de efeitos adversos”, salienta Poloni. “Esse medicamento é extremamente seguro se utilizado em doses preconizadas, entretanto, o farmacêutico deve lembrar ao paciente que o fármaco pode constar em diversas formulações, inclusive nos antigripais, e que seu uso em sobredose pode acarretar danos hepáticos graves e até mesmo a morte”.
Poloni lembra que a Anvisa e a Food and Drug Administration (FDA) frequentemente emitem alertas sobre o uso de paracetamol. “O farmacêutico deve estar atento a essas publicações, colaborando para orientação dos seus pacientes e evitando quaisquer problemas decorrentes do uso do medicamento”, conclui.
Para mais informações sobre as recomendações de uso dos medicamentos, consulte a bula disponível no bulário eletrônico da Anvisa.
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