A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em 1º de janeiro nota técnica sobre a detecção de nova variante do novo coronavírus (SARS-CoV-2) em testes. Os laboratórios devem estar atentos e adotar medidas que favoreçam o diagnóstico dessa variação.
Segundo a Anvisa, a variante SARS-CoV-2 VUI 202012/01, inicialmente identificada no Reino Unido, apresenta 14 mutações, resultando em alterações de aminoácidos e deleções de genes, sendo que uma delas está relacionada ao gene S do vírus. Com a mutação no gene S para tal variante, os ensaios que utilizam exclusivamente esse alvo, ou que o tiveram como referência para o desenvolvimento do teste, podem não ser capazes de detectar essa cepa.
Mutações são mudanças nos genes comuns a todos os vírus ao longo do tempo, incluindo o SARS-Cov-2, mas a maioria não traz alterações significavas aos vírus ou impactam na sua propagação, diz a nota do órgão regulador. São necessárias investigações laboratoriais complexas para compreender as implicações das mutações nas propriedades virais e, consequentemente, seu impacto na eficácia dos diagnósticos, terapêutica e vacinas. Esse tipo de investigação requer a colaboração de diferentes grupos de pesquisa.
A fim de limitar o impacto sobre as capacidades de detecção do vírus e suas potenciais variantes, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso de ensaios diagnósticos para diferentes alvos (genes virais), o acompanhamento da transmissão local e atividades de prevenção e controle apropriadas às realidades de cada país.
A Nota Técnica 1/21, elaborada pela Gerência Geral de Tecnologia de Produtos para a Saúde (GGTPS), com dados sobre o impacto da variante do novo coronavírus frente aos ensaios de diagnóstico in vitro, recomenda que os laboratórios devem estar atentos às instruções de uso e adotem medidas que favoreçam o diagnóstico, como a utilização de produtos voltados a diferentes alvos virais.
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“Ressaltamos que no Brasil existem diversos produtos regularizados, seguros e eficazes para fins de diagnóstico da Covid-19, mesmo para esta cepa variante”, diz a nota. Ainda de acordo com o documento, a maioria dos ensaios moleculares do tipo PCR (reação de cadeira de polimerase) regularizados no Brasil utilizam mais de um alvo, o que reduziria o impacto ao diagnóstico.
Conforme os técnicos da Anvisa, mais estudos epidemiológicos e laboratoriais serão necessários para compreender as implicações do SARS-Cov-2 em termos de apresentação clínica, diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de vacinas.
Para ler a íntegra da Nota Técnica 1/20, basta acessar o portal da Anvisa.
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