Walmart avança uma casa na sua estratégia de ganhar espaço no setor farmacêutico ao lançar marca própria de insulina nos Estados Unidos. A empresa promete que o produto será entre 58% e 75% mais barato do que a concorrência, revelou a Folha.
De acordo com a rede varejista, a nova insulina, chamada de ReliOn, estará disponível nesta semana nas farmácias norte-americanas do Walmart e no próximo mês nas do Sam’s Club. Será exigirá receita médica para a compra do produto. Segundo o jornal USA Today, serão oferecidos frascos de insulina comuns e do tipo ‘FlexPens’ (espécie de caneta para autoaplicação) para a administração das doses.
Com a ação, a empresa promete “revolucionar o acesso ao tratamento para o diabetes” e espera abocanhar uma fatia das receitas das líderes do segmento Eli Lilly, Sanofi e Novo Nordisk.
“Sabemos que muitas pessoas com diabetes lutam para gerenciar o fardo financeiro dessa condição e estamos focados em ajudar fornecendo soluções acessíveis. Também sabemos que essa é uma condição que impacta desproporcionalmente as populações carentes”, afirmou, em nota, a vice-presidente da divisão Walmart Health & Wellness, Cheryl Pegus, reportado pelo portal Neofeed.
A insulina de baixo custo do Walmart surge em meio aos custos crescentes do tratamento do diabetes, conforme apurou a Istoé Dinheiro. De acordo com o Health Care Cost Institute, o preço médio de uma prescrição de insulina praticamente dobrou entre 2012 – US$ 344 (R$ 1.700) e 2016 – US$ 666 (R$ 3,2 mil). Anualmente, os custos médicos para o tratamento do diabetes são estimados em cerca de US$ 9.601 (R$ 47,4 mil) por pessoa nos Estados Unidos.
Com a marca própria de insulina, o Walmart prossegue na estratégia de consolidar sua atuação no mercado de saúde. Nesse percurso, a rede já investiu em frentes como a abertura de clínicas de atenção primária, primeiro nos Estados Unidos e, desde 2020, em países como o México, segundo o Neofeed.
Tais esforços também incluem investimentos em aquisições. Em junho do ano passado, a varejista comprou os ativos de tecnologia e de propriedade intelectual da CareZone, startup dona de um aplicativo que ajuda os usuários a controlarem o horário de tomar seus medicamentos. Em maio deste ano, o Walmart anunciou um acordo para a aquisição da MeMD, startup fundada em 2010 e dona de uma plataforma de telemedicina.
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Outra rede varejista, a Amazon, também está tentando conquistar espaço na área da saúde. Com seu gigantismo, a companhia já é percebida como uma ameaça, por exemplo, para as grandes redes de farmácias norte-americanas, como Walgreens, CVS e o próprio Walmart, segundo o Neofeed apurou.
Fruto de um trabalho de dois anos, sua entrada nesse segmento se deu em novembro de 2020, com o lançamento da Amazon Pharmacy, plataforma on-line de compra e entrega de medicamentos com prescrição médica, com uma série de descontos. A expectativa é de que a empresa também invista em lojas físicas no setor.
Em meio a esse cenário comercial efervescente, é importante destacar o papel clínico do farmacêutico no tratamento do diabetes, conforme frisa o farmacêutico clínico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, André Schmidt.
“O farmacêutico tem um papel técnico e social muito importante, mesmo porque 70% dos pacientes não sabem que têm e não controlam o diabetes”, diz Schmidt, lembrando que o farmacêutico é o profissional da saúde mais acessível à população e talvez o único tão acessível de forma imediata. Assim, “ele tem uma função fundamental na busca de soluções para esse problema de saúde, inclusive por meio de encaminhamentos aos especialistas quando identificado o pré-diabetes na farmácia”.
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