A Operação Perlage da Polícia Civil de Goiás cumpriu seis mandados de busca e apreensão em um grupo de farmácias suspeito de venda irregular de ivermectina e testes para Covid-19 em Goiânia. Segundo a polícia, os medicamentos e testes estavam armazenados de forma inadequada e eram vendidos com notas fiscais falsas e sem o recolhimento de tributos.
Por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT), com apoio da Secretaria da Economia e Vigilância Sanitária Municipal, a Polícia Civil realizou ontem (17/11) a segunda fase da Operação Perlage. O alvo foi um grupo empresarial conhecido do ramo de farmácias de Goiânia, segundo a polícia, mas que não teve o nome revelado, apurou o G1.
Segundo o delegado Marcelo Aires, foram apreendidos documentos, computadores, telefones celulares e uma arma de fogo. “Uma parte dos envolvidos já foi ouvida anteriormente, e na data de hoje, com a deflagração da segunda fase, ouvimos também mais um dos envolvidos, que confirma as suspeitas, que já eram confirmadas pelas nossas investigações”, disse o delegado ao G1.
As investigações apontam que a possível associação criminosa vinha comercializando os medicamentos e testes em não conformidade com as normas da Vigilância Sanitária e usando notas fiscais fraudulentas.
“Essa associação criminosa é composta por empresários do ramo de distribuidoras de medicamentos e drogarias de Goiânia, que, durante a pandemia, estavam adquirindo produtos medicamentosos, especialmente ivermectina e testes para Covid-19, comercializando na capital, com notas fiscais fraudulentas, acondicionando todos esses produtos de maneira inadequada do ponto de vista sanitário, e não recolhendo os tributos”, frisou o policial.
Ainda conforme o delegado, a Polícia Civil não tem o valor que pode ter sido sonegado no período de ação dos bandidos. “Só um dos grupos investigados, que é o alvo da operação de hoje, uma rede de farmácias, teve faturamento no ano passado de mais de R$ 10 milhões. A Secretaria da Economia está agora realizando uma auditoria para confirmar o montante de tributos devidos”, esclareceu Aires.
Auditores fiscais da Secretaria da Economia participaram das diligências e apreenderam dados dos sistemas de informática que propiciarão auditoria para estabelecer o montante dos tributos devidos. Também participaram da operação, fiscais da vigilância sanitária, que lavraram autos de infração e interditaram os estabelecimentos.
Segundo a polícia, os investigados vão responder por crime tributário, crime contra a saúde pública e associação criminosa, além de terem de arcar com o pagamento dos tributos sonegados acrescidos de multa.
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Na primeira fase da Operação Perlage, ocorrida em 21 de setembro, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão, além da apreensão de armas de fogo, medicamentos armazenados inadequadamente e meia tonelada de insumos para refino de substâncias entorpecentes. Segundo a polícia, um dos empresários preso vendia insumos a traficantes para a produção de cocaína e o outro bandido fraudava as notas fiscais da venda de ivermectina e testes para Covid-19, além de armazenar esses produtos de forma inadequada.
Para o delegado, a operação é uma advertência ao consumidor. “Serve de alerta, porque esses estabelecimentos que atuam em desconformidade com a lei colocam em risco a saúde da população porque vendem medicamentos que além de não ter o pagamento dos tributos, são acondicionados de maneira irregular, que podem prejudicar o tratamento médico que estas pessoas estão sendo submetidas”, frisou Aires.
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