Cai o consumo de antigripal na pandemia

Cai o consumo de antigripal na pandemia

O mercado dos antigripais teve uma alta expressiva de quase 80% em março, no início da pandemia do novo coronavírus, em comparação ao mesmo mês de 2019. Mas despencou de abril a junho, segundo levantamento da IQIVIA, consultoria especializada no setor farmacêutico, ficando inclusive abaixo dos mesmos meses do ano passado, conforme revelou o Valor Econômico.

De acordo com a pesquisa da IQIVIA, em março, no início da pandemia, a compra de medicamentos antigripais atingiu 26,56 milhões de unidades, contra 14,95 milhões vendidos em 2019, uma alta de aproximadamente 78%, o que representou receita de R$ 282,52 milhões para as empresas.

A partir de abril, contudo, as vendas desses medicamentos despencaram. No quarto mês do ano, foram comercializadas 12,53 milhões de caixas, uma queda de mais de 100% em relação a março e também inferior ao mesmo mês de 2019, que ficou em 14,98 milhões de unidades vendidas.

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O recuo mais expressivo, de acordo com os dados, foi em junho, no início do inverno, quando foram vendidas 10,89 milhões de unidades ante 19,20 milhões de caixas no mesmo período do ano passado. A receita nesse mês foi R$ 118,49 milhões e em junho de 2019, R$ 222,36 milhões.

Segundo o presidente executivo do Sindicato da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), Nelson Mussolini, o comportamento atípico de março ocorreu por uma antecipação de compra desses medicamentos em função da pandemia.

Para o executivo, a queda nas vendas de abril a junho se deve ao fato de as pessoas estarem se protegendo mais com o isolamento social, com o uso de máscaras e com uma higiene maior por conta das medidas impostas pela pandemia. Com isso, Mussolini acredita que as vendas de antigripais no segundo semestre devem se manter em baixa no comparativo com o ano passado.

“Tem um racional por traz disso. Acredito até que no mês de julho e agosto a tendência é de queda. Quando se compara ano contra ano, as vendas de antigripal devem ser no mesmo patamar. O primeiro trimestre de 2020 é o que vai puxar o volume do ano”, ressaltou Mussolini ao Valor. “Se proteger, contra qualquer tipo de vírus, é o que vai pesar. Proteção ainda é um bom método de saúde”, sustenta.

Já para o vice-presidente do grupo EMS, Marcus Sanchez, as vendas de antigripais deverão ser menores neste ano no comparativo com 2019, acreditando na retomada a partir do ano que vem. “O mercado deverá apresentar recuo de 2% a 5%, quase estabilidade, mas em 2021 vai ser igual ao que foi vendido em 2019”, disse o executivo ao jornal.

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Antibiótico também sofreu queda

Sanchez faz coro a Mussolini no que diz respeito ao recuo nas vendas de alguns medicamentos na pandemia. Para ele isso se deve ao novo comportamento do consumidor brasileiro que, com a quarentena, tem se cuidado mais. “Na pré-pandemia, ocorreu o estoque de medicamentos, a gripe não veio, dado o isolamento das pessoas. Outra categoria que perdeu venda foi a de antibiótico, que caiu cerca de 40% entre abril e junho. Dois mercados que sofreram demais, mas que tendem a voltar”, disse Sanchez.

A EMS tem em seu portfólio um antigripal conhecido que em junho comercializou 2,4 milhões de unidades, segundo a IQVIA. Sanchez informou que de abril a junho a marca cresceu 16,9%. “Estamos conseguindo fazer um ano bastante importante, apesar do mercado mais adverso. Há bastante guerrilha, a concorrência é grande, se estamos crescendo e ganhando participação, estamos tirando de alguém”, acredita o executivo.

Na opinião do presidente da Cimed, João Adibe, além desses fatores, a temperatura mais elevada nos meses de inverno, época em que mais se vende antigripais, deverá manter a tendência de queda nos números. “Pode haver uma terceira onda de consumo, se tiver uma frente fria que faça cair a temperatura”, afirmou Adibe ao Valor.

A Cimed é dona de outro antigripal conhecido, que deteve cerca de 45,4% das vendas no mercado brasileiro em junho. Naquele mês, foram vendidas 32,67 milhões unidades, uma alta de 19,4% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Tal volume rendeu à marca o primeiro lugar em vendas, segundo números da IQVIA.

“Esse é o único item nessa categoria dentro do nosso portfólio e vendemos 35 milhões de unidades por ano, o que representa 8% do nosso volume. Em receita, o produto tem uma participação de 10%”, disse Adibe.

O executivo ressaltou, ainda, que outro fator que diminuiu as vendas de antigripal no mercado brasileiro foi a busca das pessoas pelo aumento da imunidade. Com isso, as vendas de vitaminas tiveram salto de 12,5% no primeiro semestre deste ano, chegando a 75,72 milhões de unidades. “Será o grande legado da pandemia”, salientou.

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