De acordo com orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), máscaras de pano feitas com itens domésticos ou desenvolvidas em casa com outros materiais comuns e de baixo custo podem até ser usadas como uma medida voluntária adicional de saúde pública, em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Contudo, conforme explicado durante live transmitida pelo Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), esse material não é adequado para o farmacêutico utilizar no exercício da sua função.
Durante a transmissão, o especialista em farmacologia clínica, Gustavo Guerra, explicou qual máscara é adequada para os farmacêuticos: "Nas farmácias e drogarias, por mais que a gente estabeleça um distanciamento de um metro [ou mais], por mais que se tenha um controle da circulação de pessoas dentro do ambiente, nós estamos expostos. Utilizar uma máscara de tecido durante todo o horário [é inadequado], lembrando que tem profissionais que atuam no mínimo oito horas [no balcão], atendendo os pacientes sem saber se o paciente está positivo ou negativo, sendo que tem casos que a pessoa transmite o novo coronavírus mas é assintomática, ou seja, nem ela sabe [que está com o vírus]. E como nós temos um número baixo de testes disponíveis atualmente, fica difícil dimensionar isso. Então, o correto, para nos proteger, é usar a máscara descartável", orienta.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
Ele complementa: “[A máscara descartável] a cada duas ou quatro horas, no máximo, o farmacêutico consegue trocar. Lembrando que a orientação é trocar esse equipamento de proteção individual (EPI) toda vez que ele estiver sujo, úmido, rasgado, muitas vezes, aquele elástico ou aquela tira que amarramos atrás [da cabeça] acaba rasgando”, completa.
Guerra ainda ressalta os cuidados com a higienização e lembra qual o papel dos farmacêuticos nas farmácias: “Nós, enquanto farmacêuticos, somos líderes e formadores de opinião. Então, dentro do ambiente de trabalho devemos treinar a nossa equipe, isso está até no nosso código de ética. Devemos disseminar orientações sobre o uso correto dos EPIs e quais deles devem ser utilizados, por exemplo".
Farmacêutico hospitalar
Além de citar os cuidados para o farmacêutico que atua no varejo, o especialista em farmacologia clínica também ressalta medidas que devem ser adotadas por profissionais que trabalham em hospitais. “Se o farmacêutico vai entrar em um leito de isolamento, existe uma série de equipamentos. A gente sabe que o coronavírus é transmitido por gotículas, então, se eu sou um farmacêutico hospitalar e tenho que ir até a beira do leito eu vou me paramentar de acordo", lembra.
Guerra exemplifica: “É preciso usar um avental com uma gramatura específica, a máscara N95, dependendo da situação é preciso fazer uso do shield. Em situações de coleta [...] também são necessários os equipamentos de proteção".
Por fim, o farmacêutico ressalta: “E muitas vezes nós vemos nas redes sociais farmacêuticos reclamando que não têm condições de comprar, mas não é você, farmacêutico, que tem que comprar [os EPIs], essa obrigação é do empregador”, encerra.
Assista ao vídeo com a explicação sobre o uso adequado das máscaras:
Participe também: Grupo para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.