Com a crise ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), as farmácias estão protagonizando um papel fundamental nos cuidados com a saúde da população. Muitas implementações foram realizadas na assistência ao paciente, como, por exemplo, o crescimento do serviço delivery nesses estabelecimentos. Contudo, para especialistas do setor essa não é uma nova tendência para ser implementada nas farmácias independentes.
De acordo com um levantamento realizado pela empresa Konduto, as farmácias registraram um aumento de pedidos nas vendas on-line de 75%, entre 15 e 25 de março. No entanto, o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, explica que esse dado é normal em meio ao atual momento da pandemia, pois, as pessoas estão seguindo as recomendações de evitar aglomerações.
"Qualquer número que a gente olhe de e-commerce e delivery [nesse período] vamos constatar um aumento exponencial. [Mas] claramente, para o varejo independente, o conselho que eu dou é: esqueçam o e-commerce. O e-commerce não é para o varejo independente, ele existe focado em no máximo dez redes que possuem uma horizontalização de lojas no Brasil inteiro, que têm a possibilidade de entregar em qualquer cep”, disse ele, em entrevista ao canal Farmacon.
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Tamascia ainda destaca a questão do estoque: “Obviamente [se você é uma grande rede] tem a facilidade de ter uma integração do estoque em uma base central, em que o consumidor também consiga visualizar isso".
Ele continua: “Uma farmácia independente, mesmo que seja uma rede de associativismo, mas que tem os CNPJs individualizados, o e-commerce não é uma solução, porque não é possível integrar o estoque em tempo real de todas as farmácias à precificação individualizada. E muitas vezes você pode receber um pedido de um cep muito distante, sendo que não possui logística para isso", enfatiza.
Não há muitas mudanças
Segundo Tamascia, os serviços por delivery não fazem tanto sentido, pois, como no Brasil existe mais de 80 mil farmácias, a população sempre tem um estabelecimento por perto: “Ninguém anda mais de 200 metros para encontrar uma farmácia”, ressalta.
No entanto, ele explica que esse tipo de serviço já representava, antes da pandemia, cerca de 10% das vendas da Febrafar. "Atualmente, talvez esteja representando 20%, porque as pessoas não estão saindo de casa. Quando voltar (acabar a pandemia) talvez a gente fique na casa dos 15%. Aumentou um pouco, sim, mas a gente continua sendo um varejo presencial".
Por fim, Tamascia pontua que algumas tendências, como a questão do delivery e da prescrição eletrônica, por exemplo, já estavam acontecendo antes da pandemia. "Não tem tanta transformação assim. É que agora, tudo que vier pela frente vão associar ao coronavírus, mas [tudo isso] já estava acontecendo".
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