Covid-19: redes em regiões nobres perdem para farmácias de bairros

Covid-19: redes em regiões nobres perdem para farmácias de bairros

A revelação de que as farmácias das periferias dos grandes centros e estão ganhando mercado enquanto as redes das regiões nobres estão perdendo foi feita pelo vice-presidente para América Latina do Instituto Close-up International, Paulo Paiva, durante live realizada nesta semana pelo grupo Farmacro.

De acordo com o executivo, isso ocorre, sobretudo, porque nas zonas nobres o fluxo de pessoas diminuiu. “Nos bairros de alto poder aquisitivo das grandes cidades, onde houve redução da circulação e as pessoas ficaram realmente reclusas em casa, as farmácias estão enfrentando uma dificuldade grande de manter o faturamento. Ao mesmo tempo, as lojas localizadas nos bairros periféricos, onde a população continuou nas ruas, conseguiram segurar as vendas e, diferente de qualquer outro tipo de varejo, como restaurantes, lojas de shopping etc., em alguns casos até registraram crescimento”, afirmou Paulo Paiva.

Essa oscilação de mercado também foi registrada, segundo Paiva, entre as cidades do interior e os grandes centros urbanos. “Os maiores volumes de vendas das farmácias foram registrados nas cidades de pequeno e médio portes, onde houve menor cerco à população que compra medicamentos frequentemente. Já nas lojas das capitais e dos grandes centros urbanos, onde o fluxo de pessoas diminuiu, foi observada uma queda importante na comercialização”, salientou o executivo.

Para chegar a esses dados, segundo Paiva, foram analisadas as vendas diretas da farmácia ao consumidor. “Se essa parte do mercado se retrai, significa que ele está realmente caindo. Existem menos unidades chegando às mãos dos pacientes. De acordo com nossa pesquisa, as vendas diretas ao consumidor nos grandes centros tiveram uma retração que chegou a quase 30%. É uma queda significativa em um mercado que vinha crescendo muito bem. Significa que já se perdeu 4% do crescimento esperado para o ano”, destacou.

Setor farmacêutico cresce acima da média da economia

Ao longo da última década, o mercado farmacêutico vem apresentando uma performance acima da média da economia. Mesmo nos momentos em que o Produto Interno Bruto (PIB) teve registros negativos, o setor cresceu em torno de 6% a 7% ao ano.

De acordo com levantamento do Instituto Close-up International, a partir de 2018, quando a economia começou a dar sinas de se recuperar, o mercado farmacêutico apresentou crescimento anual expressivo, de 13% em valores e de 5% em unidades. “Até fevereiro as cosias se mantiveram assim. Em março, tivemos um pico de vendas de 37% em faturamento, na comparação ao mesmo mês de 2019, e de 8% nas vendas unitárias. Ou seja, o dobro do que estávamos avaliando no período de 12 meses”, salientou Paiva.

Segundo o executivo, isso se deu por causa de uma antecipação de compras dos consumidores. “Muitas pessoas ficaram com medo de faltar medicamento ou produto de uso pessoal e antecipou a compra”, revelou Paiva, lembrando que apesar desse movimento atípico, não houve problemas de desabastecimento, salvo a questão da hidroxicloroquina, que teve falta no mercado, mas que já se normalizou.

Já na geração de demanda de médico a paciente não houve uma grande mudança, segundo o executivo. Isso porque a maioria dos casos envolve especialidade médica, medicamentos uso contínuo. “Cobrimos cerca de 30% da captação do receituário no Brasil. Quando se analisa esse segmento, dá para perceber a tendência. Nela está a especialidade médica, medicamentos de uso contínuo, usados em cardiologia, endocrinologia, reumatologia, sistema nervoso central. Essas categorias têm um mercado bastante estável”, disse Paiva, ressaltando que mesmo nelas houve um certo aumento de volume na prescrição.

“Isso se deu porque surgiram pacientes novos, além da autorização do Governo para utilização do mesmo receituário para uma frequência maior de tratamento e a permissão de uso de receitas digitais ou digitalizadas, inclusive para medicamentos controlados. Neste novo modelo, o médico pode enviar de casa a receita em formato digital para o paciente, que pode apresentá-la na farmácia. Isso manteve a geração de demanda, o mercado segue razoavelmente estável”, explicou Paiva.

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Já em abril, houve uma pequena retração em relação a março nas vendas das farmácias, esperada por conta da antecipação de compra, segundo o executivo. “Quem comprou três unidades de um determinado medicamento não vai adquirir de novo agora. Houve uma acomodação do mercado, mas mesmo assim há sinas de aumento na venda de medicamentos”.

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Com a pandemia, houve uma explosão das vendas no segmento de vitaminas C e D, “porque as pessoas entendem que esses produtos ajudam a reforçar o sistema imunológico”, apontou. Contudo na área de produtos de uso pessoal houve uma queda. “Em casa, as pessoas reduziram as compras de maquiagem, produtos de higiene, para tratamento de sol, proteção de pele, antissinais, alguns tipos de vitaminas”, salientou Paiva, acrescentando que o mercado farmacêutico poderá sentir os impactos da crise econômica pós-pandemia.

“A redução da capacidade de compra da população vai atingir o mercado farmacêutico. Com mais desempregados, as pessoas vão ser obrigadas a dedicar sua renda para manutenção básica, que seria a alimentação. Todo o resto ficará fora do consumo”, salientou Paiva.

Sendo assim, segundo ele, pode-se esquecer as projeções de crescimento que o mercado farmacêutico fazia até fevereiro, quando se imaginava fechar 2020 com alta de 13% no faturamento e entre 4% e 5% nas vendas unitárias. “Isso foi revisto e nas projeções mais otimistas devemos ter crescimento máximo de 8% no faturamento e de 3% em unidades. Ainda é espetacular, mas está longe do esperados antes da pandemia”, finalizou.

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