Alguns medicamentos, em especial para controle da pressão alta e do hipertireoidismo, começaram a faltar nas farmácias de Salvador. Um dos motivos é que algumas das substâncias são produzidas na China, e não chegam com facilidade em função das restrições nas medidas de importação.
“O grande problema é que essas substâncias são produzidas na China. E o governo chinês interditou os laboratórios fabricantes das substâncias, não podendo assim ser enviadas para o Brasil. Estamos aguardando uma nova remessa, que deve estar nas farmácias a partir do início do mês de junho", contou Luis Trindade, diretor do Sindicato das Farmácias.
O personal tarainer Neto Barreto conta que está bastante preocupado com a situação, já que está perto dele completar 30 dias sem o medicamento para tratar a produção em excesso dos hormônios da tireoide
“Daqui a pouco faz um mês sem meu medicamento. Meu medo é até quando o meu organismo, a minha taxa hormonal, vai se manter em equilíbrio sem meu medicamento”, disse.
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
Além disso, para Neto, a falta da medicação faz com que os pacientes busquem os remédios em lojas online, o que potencializa o estado de ansiedade.
“O hiperparotidismo te leva à depressão, te leva à ansiedade. Toda essa busca pela internet cria a expectativa de encontrar meu medicamento e, quando finaliza, dá cancelado, e isso causa uma frustração, me causa uma ansiedade. Eu fico na expectativa de que conseguir meu medicamento, mas não consegui", contou.
Algumas das substâncias que estão em falta são: losartana, omerzartana, valsartana , todos para o tratamento da pressão alta. Segundo Helton Estrela, endocrinologista, é importante que esses medicamentos não fiquem em falta.
“Esses medicamentos não podem faltar, principalmente nesse momento da pandemia. A gente precisa lembrar que hipertensão arterial é um dos fatores de risco para a complicação da Covid-19. É muito importante que os pacientes estejam bem tratados, bem compensados, na pandemia”, disse o endocrinologista.
Em função dessa realidade, alguns farmacêuticos orientam que, uma vez identificada a falta do remédio, que o paciente peça ao médico a substituição por outro que seja encontrado nas farmácias.
“Como são medicamentos de prescrição, nós não podemos fazer nenhuma substituição e nem temos essa autonomia aqui na farmácia. A orientação é de que eles retornem ao médico e vejam se o médico consegue substituir por algum medicamento que não esteja em falta", disse a farmacêutica Mariana Leite.
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.