A alta direção do grupo Raia Drogasil (RD) pediu atenção em relação aos cuidados que devem ser tomados na utilização dos testes rápidos, para detectar o novo coronavírus (Covid-19), nas farmácias. Em uma teleconferência com o alto comando da rede, o diretor de planejamento da companhia, Eugênio de Zagottis, fez um alerta sobre a realização do procedimento: “Fazer qualquer teste sem protocolo vai jogar um monte de gente na rua, circulando".
Em matéria publicada no portal Valor Econômico, ele continuou: “Existem dois exames, o feito com cotonete pela cavidade nasal, que determina se a pessoa está efetivamente com o vírus, e tem esse rápido, pelo sangue, que só define se a pessoa produziu os anticorpos para o vírus, o que só aparece depois que a pessoa tem os sintomas [da doença]”, completou.
As declarações de Zagottis aconteceram logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar a realização dos testes nas farmácias.
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Já em entrevista ao Estadão, o presidente da RD, Marcilio Pousada, destacou que a companhia irá vender testes rápidos em suas unidades. Contudo, vai preparar e treinar o seu time de farmacêuticos para atender à população.
“A função da farmácia não é só operar e abrir. Passando essa crise terá um papel claro na prevenção da saúde. O farmacêutico tem de ser usado para poder ajudar a população a ficar cada vez mais saudável. A Covid-19 levará a farmácia para outro patamar no futuro”, disse ele.
Pousada ainda revelou que a companhia está avaliando: "Temos de encontrar os melhores fornecedores. Os testes são importantes porque começam a colocar as farmácias em outro patamar da saúde para o consumidor. A farmácia já esteve neste patamar no passado e agora começa a retomar", afirmou.
Como o teste deve ser utilizado?
Entidades como a Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e as Comissões Intersetoriais de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (Cictaf) alertam como o método deve ser utilizado.
"O teste rápido pode ser usado como apoio para a avaliação do estado imunológico de pacientes que apresentem sintomas da Covid-19. Basicamente, esse tipo de exame aponta se a pessoa teve ou não contato com o vírus, e, consequentemente, produziu anticorpos contra o coronavírus. Assim, o teste rápido não possui finalidade confirmatória de diagnóstico de Covid-19, sendo apenas auxiliar neste diagnóstico", destacam as entidades.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde (MS) também orienta: “Esses testes rápidos não possuem finalidade confirmatória, porque têm limites de detecção ligados ao estado imunológico de cada pessoa. Resultados negativos não excluem a infecção pelo novo coronavírus e resultados positivos não devem ser usados como evidência de infecção”, define o órgão federal.
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