Esposa de ex-senador paga R$ 3,6 mil por vacinação ilegal contra Covid-19

Esposa de ex-senador paga R$ 3,6 mil por vacinação ilegal contra Covid-19

Em Belo Horizonte, veio à tona mais um caso envolvendo vacinação clandestina contra a Covid-19. Desta vez, a esposa do ex-senador pelo Estado de Minas Gerais, Clésio Andrade, pagou R$ 3,6 mil para que ela e os irmãos dele recebessem a dose da vacina Pfizer.

De acordo com o Uol, a informação foi dada pela assessoria de imprensa de Andrade, que já prestou depoimento à polícia sobre o caso.  

Segundo a nota, o ex-senador relatou que não quis tomar a vacina e foi apenas acompanhar sua mulher, Gisa Andrade, até a garagem da empresa dos empresários Robson e Rômulo Lessa, onde a imunização dela havia ocorrido, em março passado.

Segundo a nota, Gisa "se interessou pela oferta por ser portadora de doença crônica e tomou a frente para se vacinar" e, assim que recebeu a dose da vacina, eles foram embora do local.

No entanto, há indícios de que a mulher e seus cunhados não tenham sido imunizados com uma vacina da Pfizer, e sim, com outra substância, provavelmente, soro fisiológico.

A desconfiança se dá porque Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, que se passou por enfermeira e aplicou a vacina, na verdade é uma cuidadora de idosos, que, também, oferecia a venda dos imunizantes e já está sendo investigada pela PF por estar envolvida no escândalo da vacinação ilegal na garagem de uma das empresas dos irmãos Lessa.

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A PF já investiga a possibilidade da falsa enfermeira ter aplicado esse golpe em muitas outras pessoas. Isso porque, algumas outras, que já haviam feito a vacinação com ela, passaram por exames que não detectaram a imunidade contra o vírus. Os laudos desses exames foram entregues à polícia e passarão por perícia.

A nota do ex-senador relata ainda que quando viu o escândalo da Família Lessa na imprensa, Gisa pesquisou na internet o nome do homem para o qual foi feito o depósito e identificou que a mulher que se apresentou como enfermeira era mãe dele. Com esses dados, amigos do casal conseguiram a ficha criminal de Igor Torres de Freitas, que também é investigado nesse caso.

Em depoimento, Andrade disse que "repassou as informações sobre Igor e sua mãe aos irmãos Lessa para informá-los de que tinham sido vítimas de uma fraude e tranquilizá-los, pois não tinham cometido crime algum".

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Esquema ilegal de vacinação

O nome de Cláudia teria chegado até Andrade por indicação dos irmãos Lessa, empresários do ramo de transporte. Eles são investigados na operação Camarote, da Polícia Federal.

A investigação começou em março passado, após ter sido descoberto um esquema de vacinação clandestina que ocorria na garagem da Saritur, companhia de ônibus da família.

Na ocasião, a PF encontrou anotações de 57 nomes de possíveis pessoas que podem ter sido imunizadas pela falsa enfermeira. Os irmãos estão sob investigação que visa descobrir a procedência das vacinas vendidas pela dupla.

Enquanto isso, na casa de Cláudia, os oficiais encontraram supostas vacinas. Posteriormente, elas passaram por perícia, que constatou que parte do material encontrado era soro fisiológico.

Pfizer nega venda de vacina a empresários

Com o nome envolvido na investigação, a Pfizer, em nota, declarou que a empresa "nega qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a Covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização".

A Pfizer também enfatizou seu acordo fechado com o Ministério da Saúde "contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 ao longo de 2021".

Riscos da vacinação clandestina

No atual cenário da pandemia é importante destacar que a ansiedade pela vacina não deve se sobrepor às recomendações e diretrizes legais adotadas no calendário nacional de imunização, que elenca as etapas e grupos prioritários de pessoas a serem vacinadas.

Na falha tentativa de se imunizar, de maneira ilegal, o paciente fica exposto a “riscos muito graves”, conforme aponta a professora da Pós-graduação em Farmácia Clínica no ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Giovanna Dimitrov.

Ela lembra que qualquer coisa clandestina tem seu risco, em especial, a vacina. E, no caso em questão, está sendo identificado que pode ter sido soro fisiológico, “mas poderia ter sido qualquer outra substância, até mesmo veneno”.

Além disso, ela pondera que, mesmo em casos em que a vacina é autêntica, há a possibilidade de não ter sido transportada corretamente, na temperatura ideal e com a devida administração. Por isso, a professora alerta que todo medicamento precisa ser qualificado e administrado por um profissional habilitado.

“Existem riscos muito graves. Jamais a população deve se expor e achar que qualquer coisa clandestina vai ter alguma segurança, pois não vai ter nenhuma, com certeza”, enfatizou.

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