Um vazamento de senhas dos sistemas eletrônicos do Ministério da Saúde (MS) deixou os dados pessoais de 16 milhões de pessoas, que passaram por testes do novo coronavírus (Covi-19), expostos na internet. Entre as informações confidenciais que foram divulgadas estão: número do CPF, endereço, telefone e relação de doenças pré-existentes, entre elas diabetes, problemas cardíacos, câncer e HIV.
Segundo as informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, ontem (26/11), entre as pessoas que tiveram os dados pessoais expostos estão, inclusive, alguns dos chefes do Executivo e do Legislativo, ministros do governo federal e 17 governadores.
Entre os nomes estão: o presidente da República, Jair Bolsonaro; o ministro da saúde, Eduardo Pazuello; o ministro da cidadania, Onix Lorenzoni; o governador do Estado de São Paulo, João Doria; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
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No entanto, esse vazamento das informações não foi ocasionado por um ataque hacker, pois, foi decorrente de uma possível falha do funcionário do Hospital Albert Einstein, Wagner Santos, que possuía acesso liberado aos bancos de dados do MS. Esse colaborador da unidade hospitalar trabalhava em um projeto parceiro à pasta do Governo, inclusive, ele ficava em uma base no Ministério.
O Estadão descobriu a exposição dos dados pessoais depois de receber uma denúncia com o link direcionando à página em que as senhas dos sistemas estavam disponíveis. A planilha com as informações foi publicada, em 28 de outubro de 2020, no perfil pessoal de Santos, na plataforma GitHub, que é, normalmente, utilizada por programadores para hospedar arquivos e códigos.
Além das informações pessoais, os dados expostos tinham detalhes sobre o histórico clínico dos pacientes submetidos aos testes para o novo coronavírus, pois, tanto para situações suspeitas ou confirmadas de Covid-19, a relação dos casos precisa ser protocolada.
Em informação passada ao jornal O Estado de S. Paulo, o Hospital Albert Einstein e o MS ressaltaram que as chaves de acesso aos sistemas foram alteradas. Além disso, reforçaram que uma investigação interna será aberta pela unidade de saúde para apurar o ocorrido.
Segundo o hospital, “um colaborador teria arquivado informações de acesso a determinados sistemas sem a proteção adequada”. Nesse sentido, a unidade de saúde ainda alega ter comunicado o MS para que “fossem tomadas as medidas para assegurar a proteção das referidas informações” dos brasileiros.
Já o MS reforçou que houve falha humana, enfatizando que não foi um erro no sistema da pasta. O órgão do Governo ainda pontuou que está fazendo “o rastreamento de possíveis sites ou ciberespaços onde os dados podem ter sido replicados”.
Por sua vez, o funcionário do Einstein, Santos, esclareceu que postou a planilha de senhas em seu perfil pessoal na plataforma para a realização de testes, contudo, se esqueceu de apagar o documento da rede.
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