Vacina como cabo-eleitoral para 2022

Vacina como cabo-eleitoral para 2022

Em campanha pela reeleição (que prometeu acabar) desde antes da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro tem como alvo principal o governador de São Paulo, João Doria. Na pauta eleitoral, a vacina contra a Covid-19. Bolsonaro teme o efeito pró-Doria de um eventual sucesso do imunizante em São Paulo, escreveu na Veja o analista político e consultor de comunicação Thomas Traumann.

Na avaliação de Traumann, até agora, de todos os possíveis adversários em 2022, o único que Jair Bolsonaro realmente teme é João Doria. Ele desdenha de Fernando Haddad, pois acha que qualquer candidato à esquerda será derrotado no segundo turno pelo voto útil, e considera ‘fogo de palha’ as especulações sobre Sergio Moro e Luciano Huck.

Tendo isso em mente, caso o governador de São Paulo saia na frente na vacinação contra a Covid-19 pode obter um trunfo importante contra ele. O possível benefício à saúde dos paulistas, e por extensão dos demais brasileiros, que vacina traria, para Bolsonaro, não vale nada, ao contrário, é uma pedra no sapato em seus planos eleitorais.

“O temor de Bolsonaro está nos seguidos anúncios de Doria de que a vacinação em massa contra o coronavírus vai começar por São Paulo. Para o presidente, se o governo paulista iniciar uma vacinação antes do governo federal, ele trará para si o papel de vencedor contra a pandemia. Para o presidente, pode ser o ponto de inflexão para tornar Doria o ‘antibolsonaro’”, diz Traumann. É bem verdade, continua Traumann, “que os anúncios de Doria sobre a vacinação carregam no ufanismo”.

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Em todo o mundo, as vacinas estão em testes preliminares, mas sem uma previsão de lançamento para o público. O convênio do Instituto Butantã com o laboratório chinês Sinovac está na fase de testes clínicos para a coronavac. A vacina está na fase 3 de testes no Brasil, aquela realizada em humanos. Estão sendo imunizados 13 mil voluntários em sete Estados. Se tudo correr bem nos testes, nas próximas semanas a vacina irá para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Há, inclusive, a possibilidade de a Anvisa liberar vacina contra Covid-19 com 50% de eficácia – contra os tradicionais 70% mínimos. A revisão de método para 50% se deve à urgência imposta pela pandemia e seria uma possibilidade em caso de ausência de outras opções e em acordo com agências reguladoras internacionais.

A ideia de liberar o imunizante com 50% de eficácia mínima foi revelada pelo gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, durante reunião recente da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19, da Câmara dos Deputados, sobre o andamento da vacina que vem sendo produzida pela Universidade de Oxford. “A vacina é necessária para diminuir a mortalidade e a gravidade dos casos. Se tivesse 40% de eficácia, eu seria o primeiro a tomar”, afirmou ao Uol o diretor do Butantã, Dimas Tadeu Covas.

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Apesar disso, é improvável que a Anvisa autorize vacinações em massa antes que outro país o faça. Mas não deixa de incomodar Bolsonaro o fato de o governo paulista ter sido o primeiro a pedir registro de uma vacina contra Covid-19 na Anvisa. O Governo de São Paulo entregou em 1º de outubro à Agência a documentação sobre a coronavac para registrar o imunizante.

Segundo Traumann, a névoa política sobre a nova vacina contra o coronavírus é evidente. “O negacionismo do presidente Bolsonaro fez com que o Ministério da Saúde atrasasse meses para se incorporar aos estudos com Oxford. Enquanto isso, o governo de São Paulo iniciou trabalhos com a China, enquanto os Estados do Paraná e da Bahia se acertaram com a Rússia”.

De concreto, sabe-se que até agora o Ministério da Saúde não sinalizou acordo com os chefes das pesquisas nesses Estados, o que significa que pode acontecer de São Paulo ter uma vacina antes do Brasil e só os paulistas serem vacinados.

“Isso preocupa muito e tem motivado o governador de São Paulo a dizer que, se a vacina não for incorporada pelo ministério, será incorporada no Estado, o que na minha opinião seria um tiro no SUS. Estaríamos decretando o fim do SUS. Espero que haja um entendimento claro das autoridades federais que não estamos trabalhando por ideologia, mas, sim, por uma vacina eficaz”, disse o diretor do Butantã.

“A eleição de 2022, quem diria?, vai começar em um laboratório”, ironiza Traumann em seu texto.

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