Uma máscara testada pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) foi aprovada com 99,9% de eficácia na eliminação do novo coronavírus (Covid-19). O produto, que recebeu o nome de Phitta Mask, ainda tem um grande diferencial em relação a outros itens semelhantes, pois, seu efeito antiviral e a eficiência de filtração bacteriana (BFE) permanecem por 12 horas, enquanto as máscaras cirúrgicas comuns necessitam ser trocadas a cada duas horas e descartadas.
O material foi desenvolvido pela empresa Golden Technology em parceria com o Instituto de Química (IQ) e o ICB, ambos da USP, sendo resultado de um investimento de R$ 2 milhões. A máscara já está em processo de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo a coluna Viva Bem do UOL, o produto está disponível no mercado pelo valor de R$ 1,70 cada unidade.
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Devido ao seu efeito de ação prolongada, existe a possibilidade de uso por mais de um dia. É possível, por exemplo, utilizar o equipamento de proteção individual (EPI) durante três horas em uma data e seguir usando nos dias seguintes até completar 12 horas de utilização.
Outros diferenciais
Ainda de acordo com as informações publicada pelo UOL, outra vantagem do produto seria em relação à ausência de toxicidade, pois, a quantidade da substância antiviral no produto é pouca, entretanto, suficiente para inativar o vírus. "Já testamos no laboratório vários antivirais que funcionaram contra o vírus, mas nenhum em uma concentração tão baixa quanto esse", ressalta o professor Durigon, que participou das pesquisas.
Outro ponto importante é que a substância no material não é liberada no meio ambiente, tanto no momento de uso como na hora em que o produto é descartado. "O material pode ser processado em qualquer sistema de incineração convencional sem deixar resíduos tóxicos", complementa o professor, do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia do IQ, Koiti Araki.
Mecanismos da ação
Segundo ele, esse material, cuja identidade não é revelada em função do pedido de patente, consegue interagir com o oxigênio do ar, ação que o torna mais reativo. "O oxigênio, quando entra em contato com o tecido, se torna tão ativo quanto uma água oxigenada. Quando o vírus entra em contato com o material, ele é inativado. O diferencial é a produção contínua de pequenas quantidades em equilíbrio de um oxidante, usando uma substância que já existe naturalmente, e a segurança de um produto que não apresenta toxicidade relevante e é isento de metal", destaca.
Mesmo antes da pandemia, a substância já estava sendo pesquisada há cinco anos pela Golden Technology em parceria com o IQ. "Esse ativo é difícil de produzir e os rendimentos eram muito baixos. No laboratório, conseguimos desenvolver um processo que diminuiu em mais de 90% a quantidade de resíduos e reagentes, e o tempo de produção", relata Araki.
No entanto, quando começou a pandemia, o potencial antiviral do produto foi testado em diferentes tecidos no laboratório do ICB. A primeira etapa foi testar a citotoxicidade. "Muitos produtos matam o vírus, mas também matam as células. Se o produto fosse tóxico, não conseguiríamos testar a sua eficácia em cultura de células. Também foi necessário verificar se o próprio tecido não era tóxico para as células", ressalta Durigon.
Os EPIs foram analisados em pacientes diagnosticados com o novo coronavírus no Hospital das Clínicas. Nos testes, os voluntários tiveram que utilizar um produto comum por duas horas e, em seguida, a máscara antiviral pelo mesmo período de tempo.
Além disso, para comprovar a eficácia do produto, os voluntários foram submetidos a testes PCR antes e depois de utilizar as máscaras. "Isso é importante para saber se o produto realmente inativou o vírus ou se a máscara estava sem vírus porque os pacientes não estavam mais doentes e não eliminavam vírus", pontua o cientista.
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