O fornecimento de medicamentos fitoterápicos cresceu em 662%, entre 2015 e 2019, na cidade de São Paulo. Apenas no último ano foram distribuídas 6,702 milhões de unidades para a população paulistana. Em quatro anos, a quantidade de produtos fornecidos para o sistema público aumento em mais de seis vezes, já que é a oferta na rede municipal teve início com apenas 878 mil.
Segundo matéria publicada no Estadão, os números correspondem a quatro tipos de medicamentos: a isoflavona-de-soja, indicada para o climatério; a garra-do-diabo, anti-inflamatório e analgésico; a espinheira-santa, para o tratamento de gastrite e indigestão; e a valeriana, para pacientes que sofrem de depressão e ansiedade, em graus leves.
O crescimento está associado às políticas de incentivo a essa categoria de medicamentos. Desde 2006, o Brasil tem a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), que prevê a oferta de plantas in natura ou secas e de fitoterápicos, além de criação de hortas municipais de plantas medicinais em todo o território nacional.
Além disso, o Ministério da Saúde (MS) também criou, em 2010, o programa Farmácia Viva, que visa ao cultivo de plantas medicinais com a finalidade de serem fornecidas ou utilizadas para o preparo de fitoterápicos.
Atualmente, entre medicamentos industrializados ou manipulados e em formatos que vão desde cápsulas a comprimidos ou em gel, cerca 12 plantas estão entre os 184 produtos indicados em programas de atenção primária do MS.
Apenas na capital, cerca de 200 unidades de saúde da Prefeitura de São Paulo oferecem fitoterápicos mediante prescrição médica. Já em nível Brasil, de acordo com dados de 2013 do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (Pmaq), existem mais de 2.160 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que disponibilizam plantas medicinais e medicamentos desse gênero na Atenção Básica aos pacientes.
Outro dado importante é que em todo o município há diversas hortas medicinais instaladas em aproximadamente 100 UBSs. Os espaços são destinados a projetos com funções educativas. Em Parelheiros, por exemplo, bairro localizado no extremo sul da capital, funciona o 'Cantinho da Vovó'. No local, entre algumas plantas que os profissionais de saúde costumam recomendar à população estão o boldo, o maracujá e o gengibre.
Aumento na produção
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (Abifisa), o setor farmacêutico apresenta um crescimento exponencial na produção de medicamentos fitoterápicos. Em média, 10% ao ano em valores e cerca de 2% em unidades nos últimos cinco anos.
“O uso de medicamentos fitoterápicos tem crescido mundialmente e não é diferente aqui no Brasil. A população vem buscando um estilo de vida mais saudável para a manutenção da saúde e do bem-estar, soluções mais naturais de alimentação e de cuidados em geral, o que contribui para a expansão da fitoterapia, que, em geral, oferece opção terapêutica menos agressiva que os produtos sintéticos. O mercado de fitoterápicos faturou R$ 2,3 bilhões em 2018, representando participação de 2,2% do mercado farmacêutico total”, explicou a presidente do conselho diretivo do órgão, Gislaine Gutierrez, ao Estadão.
Confira no Portal do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico uma matéria completa sobre a carreira do farmacêutico especializado em medicamentos fitoterápicos (leia aqui).
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