Em 4 de novembro de 1906, Alois Alzheimer apresentou um caso raro que daria origem a um dos maiores desafios da medicina do mundo moderno, e que tinha como título: Uma Doença peculiar dos neurônios do córtex cerebral.
Alguns anos depois essa doença recebeu o nome de Doença de Alzheimer (DA). Essa doença é caracterizada por um transtorno neurogenerativo, progressivo e fatal, manifestado por deterioração cognitiva e da memória, com comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações do comportamento.
Essa doença interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas, tornando-as extremamente dependentes, com profundas alterações do comportamento, dependendo do estágio em que se encontra. Um dos maiores desafios da ciência nos últimos anos tem sido a busca por tratamentos e diagnósticos precisos e precoces para essa doença.
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A Academia Americana de Neurologia lista algumas comorbidades na doença de Alzheimer, como depressão, deficiência de Vitamina B12 e o hipotireoidismo. Exames como a Tomografia Computadorizada (TC) ou a Ressonância Magnética (RM), excluem lesões estruturais capazes de contribuir para a demência.
No entanto, sem dúvida alguma, o exame de história familiar, avaliação clínica, avaliações cognitivas como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e alguns exames laboratoriais são fundamentais para um diagnóstico um pouco mais preciso, embora ainda não exato, já que a identificação inequívoca e conclusiva desta doença, só seja possível por meio de necropsia.
Como parte de meu projeto de Doutorado, nosso grupo de pesquisa desenvolveu estudos inéditos sobre a detecção precoce da doença de Alzheimer por meio dos níveis de alguns biomarcadores na saliva, urina e sangue de pacientes acometidos pela doença. Os resultados, muito promissores, foram apresentados na Conferência Internacional de Alzheimer, em Toronto, no Canadá, em julho de 2016; em Londres, em 2017; e na cidade de Chicago, em 2018. Trata-se de um trabalho inédito que identificou a viabilidade de diagnóstico da doença de Alzheimer pela saliva e de forma preditiva.
Iniciamos nova etapa das pesquisas em meio ao meu Pós-doutoramento na Faculdade de Medicina da USP, campus Ribeirão Preto. Pretendemos validar algumas metodologias, contando com um número de participantes da pesquisa mais amplo e variado. Nosso projeto conta com investimentos próprios e apoio de alguns parceiros, dentre eles, a empresa alemã de equipamentos e consumíveis para ciência e medicina, Sarstedt, que fornecerá todos os dispositivos de coleta, com destaque para o sistema S-Monovette e os tubos Salivette, essenciais para as investigações que buscam um desfecho positivo para as hipóteses avaliadas. Também temos apoio do Grupo de Saúde São Miguel, por meio do Hospital e Maternidade São Miguel e do Day Hospital Ermelino Matarazzo, que vai contribuir com as análises laboratoriais.
A segunda fase do projeto reunirá avaliação de uma molécula inédita para o tratamento da doença de Alzheimer, além do desenvolvimento de um dispositivo inédito para o teste rápido.
Artigo publicado no portal Somos Todos Farmacêuticos.
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