Associativismo e a necessidade da mudança dos empresários

Associativismo e a necessidade da mudança dos empresários

Hoje irei que falar sobre o associativismo e a relevância desse modelo de trabalho na mudança e crescimento dos empresários que aderem a essa prática. Digo isso porque o ambiente competitivo no Brasil é alvo constante de reclamações dos empresários brasileiros.

Mas, observo que muitos desses estão à procura de uma solução mágica de prosperidade, esperando que os governantes diminuam a carga tributária ou proponham uma lei que beneficie seu segmento de atuação, que o dólar desvalorize quando precisar importar alguma matéria-prima ou produto ou que valorize quando precisar exportar, por exemplo. E isso é um problema muito sério.

Divido o mundo empresarial em dois grupos. O primeiro é dos empresários que vivem em um constante processo de vitimização. Assim, se a empresa não vai bem, a culpa do insucesso é do governo, do mercado, da crise etc.

Por outro lado, temos o segundo grupo, o dos empresários que são protagonistas de seus negócios, buscando dentro das suas competências soluções para os desafios. Vítimas enxergam tudo como problemas, protagonistas enxergam desafios. E isso, com certeza, faz toda a diferença na vida.

Saídas conjuntas

Mas, como encarar os desafios? Para os empresários, sobretudo das pequenas e médias empresas, a saída é buscar se associar a agrupamentos que podem ser no modelo de franquia, licenciamento de marca ou de associativismo. Independentemente do formato, sem dúvida nenhuma, a junção de várias empresas em torno de um objetivo comum aumenta a possiblidade de êxito.

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Posso afirmar isso, pois estou no movimento associativista há vinte anos, ao longo dos quais já vivenciei e colaborei com o fomento de associações de diversos segmentos. Em todos esses agrupamentos ou redes – como preferir denominar –, a melhoria individual e coletiva dos participantes e suas empresas é visível.

Dentre os benefícios está o fato de esses empresários passarem a conviver de uma forma mais efetiva e afetiva entre si, uma vez que eram, até então, concorrentes, o que faz com que sejam mais empreendedores. Outro ponto importante é que essas empresas unem forças para compras em conjunto, possuem ações de marketing compartilhadas e administração profissionalizada, dentre outros aspectos que só são possíveis de realizar de forma coletiva.

Ao participar de uma associação, a empresa se torna mais competitiva. Mas, como nem tudo é perfeito, mesmo no associativismo também temos empresários vítimas e empresários protagonistas, e lidar com essa situação é o maior desafio dos dirigentes das associações empresariais.

Como fazer?

Na posição de presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) trabalho diariamente para que todos sejam protagonistas. Uma das ferramentas que utilizo são os números positivos desses modelos, por isso, dentro da Federação, desenvolvemos o Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), que tem por objetivo fazer pesquisas, coordenar estudos e disseminar a educação empresarial aos nossos associados.

Os resultados são muito positivos, como aponta estudo recente que coordenamos para entender como estava o nível de empreendedorismo dos nossos associados. Analisando uma amostragem de 2.264 lojas vinculadas à Febrafar, foi verificado que 31% dessas farmácias apresentaram crescimento acima da média do mercado, 49% ficaram na linha padrão de crescimento e 20% ficaram abaixo da média.

Essa informação foi a base da pesquisa, realizada com o objetivo de identificar os fatores que contribuíram para o crescimento e/ou queda. Os empresários que cresceram igual ou mais que o mercado apontaram, em sua totalidade, que um dos fatores é o aproveitamento da coletividade, ou seja, souberam usar as ferramentas oferecidas pela rede.

Outros elementos para o crescimento foram, por exemplo, a utilização com frequência de todas as ações de marketing oferecidas, a realização de treinamento contínuo de sua equipe e o reconhecimento do poder da coletividade na contribuição para o êxito individual. Assim, esses empresários se tornaram protagonistas.

No entanto, foi observado que os empresários que lideram as empresas que ficaram abaixo do mercado em termos de crescimento não reconhecem que o motivo é a falta de envolvimento da empresa e do empresário nas ações da rede; preferem culpar o mercado e a crise, não compreendendo que seus pares possuem as mesmas condições competitivas e estão em um processo evolutivo melhor. Eles se fazem de vítima, mas devem ser resgatados.

Ser associativista ou estar em uma associação não garante de forma automática a caminhada para o sucesso, mas todos os empresários que utilizam com competência as ferramentas oferecidas aos seus associados possuem uma chance muito maior de alcançar o sucesso.

Associativismo e a busca do bem comum

Ao falar do associativismo farmacêutico como o praticado pela Febrafar é importante falar da relação do comportamento individual no comportamento coletivo e vice-versa. Lembrando que fazer parte do associativismo é a busca do bem comum, do melhor resultado para todos.

Infelizmente tenho observado que mesmo vivendo em sociedade, ainda existem os que se acham no direito de tomar ações que vão na contraposição do que é estabelecido. O indivíduo não tem a percepção do impacto de suas ações no resultado do todo, abrindo concessões perigosas que prejudicam o coletivo.

No associativismo, essa necessidade de espírito coletivo se torna ainda mais fundamental. Nesse modelo de trabalho, o legal não é ser dono, é fazer parte. Nesse ponto é importante um alerta: uma peça do grupo que não aja de forma correta prejudica todo o coletivo.

No associativismo temos que pensar no compromisso que temos em progredir conjuntamente. E, nesse ponto, muitas vezes é preciso repensar as ações, lembrar que se não houver uma doação individual, não se pode cobrar um resultado do grupo.

É importante uma reflexão sobre como as decisões do grupo devem ser respeitadas, sendo que esse modelo de trabalho é formado por pessoas de culturas e visões diferentes, mas as decisões são tomadas em conjunto e, a partir desse momento, devem ser respeitadas e seguidas por todos.

Enfim, para o crescimento do associativismo é fundamental esse entendimento do espírito coletivo, fazendo com que as ações sejam pensadas de forma a não prejudicar os demais e, principalmente, estruturadas para se tornar muitas vezes o exemplo positivo necessário.

*Edison Tamascia é empresário do varejo farmacêutico há 40 anos. É presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), da rede de Drogarias Ultrapopular e da administradora de redes Farmarcas.

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