Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (10/05), a farmacêutica alemã BioNTech anunciou que não há evidência de que sua vacina contra a Covid-19, desenvolvida em parceria com a Pfizer, precise de modificações para ser eficaz contra as novas variantes do novo coronavírus.
Conforme publicado pelo G1, o diretor da BioNTech, Ugur Sahin, já havia declarado que o imunizante foi testado em 30 cepas diferentes e obteve uma resposta imunitária satisfatória contra todas. Por isso, "até o momento, não há evidência de que seja necessária uma adaptação da atual vacina” contra as novas variantes.
Em março passado, a companhia afirmou que iniciaria os testes para uma "versão modificada”, específica para as variantes. Esta seria uma maneira de antecipar a necessidade de, em algum momento, fazer ajustes na sua vacina atual.
"Este estudo pretende explorar o caminho regulatório que a BioNTech e Pfizer deverão seguir se o vírus SARS-CoV-2 mudar de maneira suficiente para exigir uma vacina atualizada", informou a empresa.
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No entanto, a comunidade científica não esconde sua preocupação em relação à mutação L452R, que foi detectada na cepa indiana. Essa mutação reduz a ação dos anticorpos neutralizantes. Porém, em coletiva em 28 de abril, Sahin garantiu que a vacina da Pfizer age, também, contra a mutação indiana.
Quanto às demais variantes, em 5 de maio passado, um estudo realizado no Catar e publicado no The New England Journal of Medicine, apontou que as pessoas vacinadas com as duas doses da Pfizer têm 75% menos chances de contrair a variante sul-africana do que aquelas que não foram imunizadas.
Além disso, a pesquisa indicou que a eficácia contra a cepa britânica é de 89,5%. E mais, que o imunizante elimina praticamente em 100% o risco de contrair uma forma grave da Covid-19.
Terceira dose em análise
Ainda está em análise o impacto de uma possível terceira dose da vacina. O intuito disso é prorrogar a imunidade e aumentar a proteção contra as variantes do novo coronavírus.
Cabe lembrar que a vacina BioNTech/Pfizer foi a primeira a receber autorização nos países ocidentais. Atualmente é aplicada em mais de 90 países, entre ele, o Brasil, e sua produção deve alcançar três bilhões de doses até o fim deste ano.
Proteção contra variantes
Enquanto se discute sobre a eficácia dos imunizantes contra as novas variantes, especialistas defendem que a melhor alternativa para evitar que elas se propaguem é dar continuidade ao isolamento social, assim como todos os cuidados preventivos contra a Covid-19.
O farmacêutico e professor da pós de Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ - Instituo de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Thiago de Melo, explica que essas ações são fundamentais para combater as novas variantes da doença.
Segundo ele, pensando de forma coletiva, com essas iniciativas é possível desafogar os sistemas de saúde, que ainda se encontram colapsados em muitas regiões do País.
“Com menos Sars-CoV-2 circulantes, o impacto sobre as novas variantes mutantes também pode ser suavizado, afinal, com menos ‘casas’ para o vírus morar, menos chance de ele trocar seus códigos", disse ele, em recente entrevista à equipe de jornalismo do ICTQ.
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