A indústria farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou lucro 32% menor no segundo trimestre, mas prevê melhora ao longo do ano, estimulada por alguns medicamentos e pela vacina que está com boas perspectivas de desenvolvimento, revela o Valor Econômico.
Segundo a reportagem, a companhia registrou lucro líquido de US$ 3,42 bilhões (R$ 17,6 bilhões) no segundo trimestre, uma queda de 32% ante o mesmo período de 2019, fazendo com que o lucro por ação seja de US$ 0,61, ante US$ 0,89 visto um ano atrás. O lucro líquido ajustado no período caiu 3%, somando US$ 4,40 bilhões (R$ 22,6 bilhões). Já a receita da Pfizer sofreu queda anual de 11% neste trimestre, fechando em US$ 11,8 bilhões (R$ 60,7 bilhões).
De acordo com a empresa, a Covid-19 provocou uma perda de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) ou 4% na receita líquida do segundo trimestre, principalmente devido à queda nas consultas médicas nos Estados Unidos e a menor demanda por determinados produtos na China.
Mas o laboratório está otimista para o segundo semestre. No relatório divulgado pela companhia está escrito que “haverá uma melhoria gradual no acesso aos profissionais de saúde dos Estados Unidos para colegas da força de vendas, e os investimentos da empresa em tratamentos e uma potencial vacina para a Covid-19 continuação ao longo de 2020. No entanto, orientações financeiras não incluem receitas de uma potencial vacina para a Covid-19”. Segundo a agência Reuters, a demanda crescente pelo medicamento para câncer Ibrance e pelo anticoagulante Eliquis também deve ajudar no desempenho anual.
“Apesar do impacto contínuo da Covid-19, ainda se espera que 2020 seja um ano de transformação para a Pfizer. Após o fechamento pendente da transação Upjohn/Mylan (a empresa pretende fundir sua unidade de genéricos com a Mylan), prevista para o quarto trimestre de 2020, a New Pfizer estará posicionada para gerar receita e crescimento ajustado do lucro líquido diluído que deverá estar entre os líderes do setor. A New Pfizer será uma empresa menor, baseada na ciência, com um foco singular em inovação, além de continuar alocando capital significativo diretamente aos acionistas, principalmente por meio de dividendos”, afirmou o diretor financeiro Frank D´Amelio, conforme o Valor.
A Pfizer elevou a previsão de receita total para o intervalo de US$ 48,6 bilhões (R$ 250,3 bilhões) até US$ 50,6 bilhões (R$ 260,6 bilhões) em 2020. Anteriormente, a previsão era entre US$ 48,5 bilhões (R$ 249,8 bilhões) e US$ 50,5 bilhões (R$ 260,1 bilhões). O custo de vendas ajustado no ano deve ficar entre 19,5% e 20,5%. E o lucro líquido ajustado deve ficar entre US$ 2,85 e US$ 2,95 por ação.
Vacina avança
Na segunda-feira (27/7), a Pfizer e a empresa alemã de biotecnologia Biontech anunciaram terem selecionado a BNT162b2 como sua candidata a vacina contra a Covid-19 e que iniciará um estudo global da fase 2 e 3.
As empresas já haviam informado resultados positivos das fases 1 e 2 da pesquisa com vacina BNT162b. A Biontech afirmou que os testes de duas dosagens de seu medicamento em 24 voluntários saudáveis mostrou que, após 28 dias, eles desenvolveram níveis mais altos de anticorpos para a Covid-19 do que os normalmente observados em pessoas infectadas.
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No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a condução de ensaios clínicos em fase 2/3 para o imunizante da Pfizer/Biontech. Segundo as empresas, a previsão para início dos estudos clínicos é final de julho.
O estudo prevê a inclusão de cerca de 29 mil voluntários, sendo mil no Brasil, distribuídos nos Estados de São Paulo (no Centro Paulista de Investigação Clínica – CEPIC) e Bahia (Instituição Obras Sociais Irmã Dulce). O recrutamento dos voluntários, conforme a Anvisa, é de responsabilidade dos centros que conduzem a pesquisa.
Segundo a Pfizer, a escolha do Brasil para participar do estudo foi baseada no conhecimento científico e capacidade local, assim como na epidemiologia da doença e experiência prévia do País para realização de estudos clínicos.
Com isso, o Brasil passa a ser um dos braços da fase global da pesquisa clínica da vacina em estudo. Ela é baseada em ácido ribonucleico (RNA), que codifica um antígeno específico do vírus Sars-CoV-2. O RNA é traduzido pelo organismo humano em proteínas que irão então induzir uma resposta imunológica.
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