Em 9 de novembro, a Pfizer anunciou bons resultados preliminares da eficácia de sua vacina contra a Covid-19. No mesmo dia o CEO da companhia, Albert Bourla, vendeu 132.508 em ações que detinha do laboratório por US$ 5,6 milhões (R$ 30,6 milhões), revelou a AFP.
As ações da farmacêutica norte-americana disparam 15% com anúncio de que sua vacina apresentava 90% de eficácia contra o novo coronavírus, rendendo um bom dinheiro também ao executivo. Segundo um documento apresentado à Securities and Exchange Commission (SEC), Bourla vendeu 62% das ações que tinha (a US$ 41,94 – R$ 229 – cada) em Wall Street.
O preço de venda das ações é muito próximo do maior valor alcançado pelos papéis da Pfizer nos últimos 52 anos, que foi de US$ 41,99 (R$ 229,26), de acordo com o site Neofeed. Também a vice-presidente do laboratório, Sally Susman, vendeu US$ 1,8 milhão (R$ 9,8 milhões) em ações da companhia no mesmo dia.
Segundo um porta-voz ouvido pela CNN, as operações faziam parte de um plano de vendas periódico implementado por Bourla quando o título alcança um determinado preço. Por essa metodologia, as vendas teriam sido programadas de acordo com a gestão financeira pessoal dos executivos – desde agosto de 2019, no caso do CEO, e novembro de 2019, no caso de Sally, apurou a AFP.
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Não é a primeira vez que executivos da indústria farmacêutica divulgam notícias positivas sobre o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 ao mesmo tempo em que seus executivos vendem ações embaladas pela alta dos papéis. Em maio, a Moderna divulgou que havia obtido resultados iniciais promissores para uma vacina contra a Covid-19. Com o anúncio, suas ações subiram mais de 30%, revelou o Neofeed.
Tal como aconteceu com a Pfizer, alguns executivos da Moderna, incluindo o CEO Stéphane Bancel, exerceram suas opções e venderam US$ 30 milhões (R$ 163,8 milhões) em ações da empresa. Segundo a SEC, o diretor financeiro da Moderna, Lorence Kim, exerceu o direito de compra de 241 mil ações da operação, por US$ 3 milhões (R$ 16,4 milhões), e revendeu os papéis, imediatamente, por US$ 19,8 milhões (R$ 108,1 milhões).
A mesma estratégia adotou o diretor médico da companhia, Tal Zaks, ao exercer sua opção de compra por US$ 1,5 milhão e vender, na mesma hora, as ações por US$ 9,8 milhões (R$ 53,5 milhões). Bancel vendeu quase 17 mil ações, a US$ 70 cada (R$ 382,2). As transações renderam US$ 1,2 milhão (R$ 6,6 milhões) ao executivo, o maior acionista individual da companhia, informou o Neofeed.
Além dos executivos, a própria Moderna se desfez de parte de seus papéis e captou mais de US$ 1,3 bilhão (R$ 7,1 bilhões) em uma oferta administrada pelo banco Morgan Stanley.
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