O laboratório britânico Astrazeneca marcou para janeiro a data de entrega da vacina contra o novo coronavírus ao Brasil. Inicialmente, havia a previsão de remessa para este ano ainda, mas por questões de logística a empresa optou por entregar o primeiro lote no começo de 2021, informou o Estadão.
O contrato de entrega das vacinas contra a Covid-19 com o governo brasileiro contou com a intermediação do governo do Reino Unido, apurou o jornal. A previsão inicial era de que as 100,4 milhões de doses previstas para o País começassem a chegar até o final do ano, mas, temendo não cumprir prazos, a Astrazeneca estendeu para janeiro a entrega do primeiro lote. A expectativa é que em dezembro a empresa tenha mais detalhes sobre o andamento de sua produção e logística.
No acordo está previsto que a Astrazeneca entregue lotes de 15 milhões de vacinas para o Brasil por mês, permitindo que a encomenda esteja completa em julho de 2021. De acordo com o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marco Krieger, o compromisso garante a inexistência de obtenção de margem de lucro para a empresa ou para a Fiocruz até meados do ano que vem. Ele destacou que o preço de US$ 3,16 (R$ 18,14) por dose é considerado um dos mais baratos levando em conta outras negociações em curso no mundo.
Depois do acordo firmado ainda em setembro, as partes definiram que as tratativas serão retomadas em meados de dezembro. O governo brasileiro queria, no entanto, já garantir a independência da produção domesticamente. “Não é assim que funciona. A transferência (de tecnologia) vai acontecer, mas essa conversa foi adiada para dezembro”, explicou uma fonte ao Estadão.
Na quarta-feira (28/10) a Fiocruz divulgou os termos do contrato, após ter encaminhado o documento na segunda-feira à Câmara dos Deputados. Pelo documento apresentado, a fundação terá total acesso à tecnologia ao final do contrato, o que dará à Fiocruz autonomia para produzir a vacina sem estar mais vinculada à Astrazeneca, que desenvolve suas pesquisas em parceria com a Universidade de Oxford.
A fonte do jornal explicou, porém, que uma nova negociação sobre como se dará essa transferência de conhecimento será necessária para que haja acertos dos detalhes.
Segundo a Fiocruz, ela terá capacidade de produzir mais 110 milhões de doses por conta própria a partir do final de 2021.
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Com acordos firmados junto a vários governos do mundo, a produção da vacina da Astrazeneca começou mesmo antes da certificação de que o imunizante será eficiente. É justamente por causa dos contratos com os países que a empresa vem tendo condições de iniciar sua produção, que será vendida, inicialmente, a preço de custo, apurou o Estadão.
As pesquisas da Astrazeneca estão na fase 3 dos estudos clínicos e recentemente foi informado que a resposta da vacina a idosos foi positiva, colocando-a como uma das mais promissoras em todo o mundo.
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