O laboratório norte-americano Pfizer está se preparando para enviar bilhões de doses de vacinas contra Covid-19 usando caixas congeladas, aviões de carga e caminhões em uma mega operação de logística, revelou o The Wall Street Journal.
Para tanto, a empresa estruturou um centro logístico do tamanho de um campo de futebol com 350 enormes freezers na cidade de Kalamazoo, Michigan, nos Estados Unidos. Isso lhe permitirá acelerar a distribuição das doses de vacina contra o novo coronavírus assim que for aprovada pela Food and Drug Administration (FDA). A Pfizer informou que quer entregar até 100 milhões de doses neste ano e outras 1,3 bilhão de doses em 2021.
Como outras indústrias farmacêuticas que estão testando vacinas em potencial, a Pfizer prepara o terreno com urgência com seus parceiros de logística para que possa agir rapidamente se sua vacina obtiver autorização da FDA e de outros reguladores em todo o mundo.
“É a maior campanha de vacinação de todos os tempos”, afirmou ao WSJ a vice-presidente da cadeia de suprimentos da Pfizer, Tanya Alcorn. “Se conseguirmos a aprovação da FDA, poderemos enviar as vacinas logo depois”, completou. Até o momento, a Pfizer investiu perto de US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bilhões) no desenvolvimento na vacina e na montagem da rede de distribuição.
Outro centro de distribuição está sendo montado em Puurs, na Bélgica, e a empresa também adaptou outros centros em Wisconsin, nos Estados Unidos, e em Karlsruje, na Alemanha. Desses locais, as vacinas sairão para distribuição em todo o mundo.
Para manter as vacinas em trânsito seguras e para transportá-las rapidamente, a Pfizer projetou um novo recipiente reutilizável que pode manter o imunizante em temperaturas super frias por até dez dias e conter entre 1.000 e 5.000 doses. As caixas do tamanho de malas, embaladas com gelo seco e rastreadas por GPS, permitirão a Pfizer ter mais flexibilidade para enviar as vacinas rapidamente, já que aviões e caminhões não terão que esperar pelas caixas de metal refrigeradas padrão.
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A Pfizer espera transportar, em 24 caminhões diários, cerca de 7,6 milhões de doses para os aeroportos, de onde partirão em 20 voos diários operados pela FedEx, United Parcel e DHL.
Segundo a empresa, o tempo total de entrega, do centro de distribuição ao local de uso, deve ser, em media, de três dias.
Outra novidade da logística criada para a vacina do novo coronavírus é que, ao contrário dos lançamentos de imunizantes tradicionais, a Pfizer planeja contornar os atacadistas de distribuição. “Na maior parte, não vamos montar estoque”, disse Tanya Alcorn. Segundo ela, passando por atacadistas, “acrescenta um tempo que não temos e adiciona um ponto de contato para um produto congelado sensível”.
A vacina experimental da Pfizer está sendo feita em parceria com a Biontech da Alemanha e está em estágio final de testes. Segundo a companhia norte-americana, até o final de outubro, ela já deve saber se sua vacina funciona. A partir da constatação da sua eficácia, ela pode solicitar a autorização de uso emergencial até o final de novembro.
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