Há mais de 60 dias médicos e pacientes vêm reclamando da falta do Champix, um dos principais medicamentos usados no combate ao tabagismo fabricado pela Pfizer. Um impasse entre a empresa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre uma adequação regulatório causou o desabastecimento. Laboratório propõe a importação especial do produto como solução emergencial.
Após ouvir diversas reclamações de médicos por causa do desabastecimento do Champix, a Pfizer se reuniu na sexta-feira (28/8) com a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para encontrar uma solução para a situação, conforme revelou a Folha.
No encontro, a Pfizer disse que, nesta semana, vai verificar na Anvisa a possibilidade de fazer uma importação em caráter excepcional para solucionar o problema. Segundo a companhia, as sociedades médicas se comprometeram a apoiá-la no pleito à Agência.
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Desde junho, quando a companhia anunciou que o medicamento estava em falta no mercado brasileiro e só voltaria ao normal em julho de 2021, médicos que atuam no tratamento vinham se queixando a ela. A empresa diz que depende da Anvisa para regularizar uma pendência de regulação.
A causa do impasse tem a ver com o local de fabricação do Champix. A empresa diz que depende de uma adequação regulatória na fábrica, na Alemanha, e aguardava um retorno da Anvisa sobre o assunto. Já a agência informou que ofereceu datas para fazer a inspeção obrigatória desde maio, mas a Pfizer não aceitou, conforme apurou a Folha. A Pfizer agendou a inspeção para outubro.
“Desde maio, a Agência está oferecendo datas à empresa para a inspeção remota. Ocorre que ela não aceitou e marcou a inspeção para a primeira semana de outubro. Poderíamos ter cumprido nossa missão, se a empresa tivesse aceitado as proposições”, afirmou a Anvisa ao jornal.
Uma das soluções levantadas enquanto durava o impasse, segundo a cardiologista diretora do programa de tratamento do tabagismo do Incor, Jaqueline Scholz, ouvida pela Folha, era pedir quebra de patente antecipada, mas a Pfizer já havia afirmado que a patente tinha expirado e, segundo representantes do setor, as concorrentes têm dificuldade de fabricar genéricos por causa do processo de bioequivalência.
Em nota enviada ao Portal do ICTQ, a Pfizer afirma reconhecer o impacto que o desabastecimento do medicamento pode causar aos pacientes que fazem uso do produto e, por isso, “está recomendando aos especialistas médicos que sejam consideradas alternativas terapêuticas que ajudem esses pacientes até que a situação esteja normalizada”. Ela destaca ainda que “a patente do Champix já está expirada, sendo assim o pedido de ‘quebra de patente’ não se aplica”.
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