A indústria farmacêutica alemã Bayer anunciou, nesta terça-feira (04/08), um prejuízo líquido de US$ 11 bilhões (mais de R$ 58 bilhões) no segundo trimestre de 2020, em consequência de um acordo assinado em junho deste ano, nos Estados Unidos, para solucionar os processos decorrentes de um caso envolvendo o herbicida glifosato (Roundup Ready). Além disso, a empresa também informou que a pandemia influenciou na baixa performance da empresa.
Segundo a companhia farmacêutica, a queda em seus resultados foi ocasionada por um "efeito excepcional" provocado por meio de um "acordo concluído no âmbito dos processos contra a Monsanto", destacou a Bayer em comunicado à imprensa.
Para entender melhor o assunto, em 2017, a Bayer comprou a companhia americana Monsanto. A aquisição do grupo trouxe problemas à indústria alemã, nos Estados Unidos, já que em território americano, a gigante farmacêutica responde por milhares de ações judiciais associadas ao uso do herbicida Roundup Ready, fabricado com glifosato, e classificado, em 2015, pelo Centro Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (CIRC), organismo vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS), como possível causador de câncer.
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Em abril de 2020, em nota à imprensa, a Bayer afirmou que apesar da pandemia ter reduzido, significativamente, a velocidade no andamento dos processos relacionados ao uso do herbicida, a empresa considerava colocar fim às ações judiciais. No entanto, destacou que adotou critérios para as possibilidades de acordos.
"A companhia irá considerar um acordo apenas se for financeiramente razoável e estabelecer um mecanismo para resolver potenciais queixas futuras de maneira eficiente", informou o presidente da Bayer, Werner Baumann, em comunicado, divulgado em 24 de abril de 2020.
Em junho de 2020, a empresa assinou um acordo de até US$ 9,6 bilhões (equivalente a R$ 51 bilhões) para solucionar mais de 125 mil demandas nos Estados Unidos contra o medicamento.
Influência da pandemia
Já em relação ao prejuízo decorrente da pandemia, a Bayer destacou que sua divisão farmacêutica sofreu com perda operacional de 7,11% em decorrência das medidas de isolamento social impostas em meio à crise de saúde pública. "As medidas de restrição de contatos adotadas ao redor do mundo levaram ao adiamento de muitos tratamentos", afirmou o grupo, em matéria publicada no UOL.
Com isso, a empresa destaca que diminuiu suas metas para 2020, pois, espera ao final deste ano fechar um faturamento de até € 44 bilhões (cerca de R$ 275 bilhões), sendo que até fevereiro a estimativa para fechamento anual era de até € 45 bilhões (mais de R$ 281 bilhões).
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