A indústria farmacêutica Gilead Sciences definiu o preço do frasco do medicamento remdesivir em US$ 390,00 (equivalente a R$ 2.107,00) para venda do produto ao Governo dos Estados Unidos e de outros países. A informação foi confirmada pela própria empresa, na segunda-feira (29/06).
Já para empresas privadas de seguros, em território americano, o valor da unidade foi fixado em US$ 520,00 (equivalente a R$ 2.800,00). Nesse cenário, analistas da Wall Street destacaram que o medicamento antiviral poderá gerar bilhões de dólares em receita em alguns meses no mercado.
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O anúncio de preço divulgado pela Gilead gerou polêmica. De acordo com o UOL, especialistas têm sugerido que a indústria farmacêutica evite criar uma aparência de que está, supostamente, tirando proveito da situação ocasionada pela pandemia. Inclusive, o valor do remdesivir tem sido motivo de intenso debate na Food and Drug Administration (FDA).
Preço do tratamento
Se o preço fixado pelo frasco já é considerado altíssimo, imagine o valor do tratamento completo por paciente. Na rede pública de saúde, em seis dias, uma pessoa irá custar US$ 2.340,00 (mais de R$ 12 mil). Já para o setor privado, o valor do mesmo período de terapia para cada infectado fica avaliado em US$ 3.120,00 (mais de R$ 16 mil).
Mesmo com o preço elevado, a Gilead fechou um acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos EUA, no qual o departamento e os Estados irão administrar a distribuição do medicamento em hospitais públicos até o final de setembro de 2020.
Aprovação
Apesar de ter sido desenvolvido, inicialmente, para tratar pacientes com febre hemorrágica ebola, o remdesivir nunca havia sido aprovado para o tratamento de nenhuma doença grave, antes da Covid-19.
A iniciativa de utilizar o produto no combate emergencial ao novo coronavírus foi adotada por alguns países (como Japão, Estados Unidos e outros) após uma pesquisa divulgada pelo National Institute for Allergy and Infectious Diseases (NIAID) afirmar que o remdesivir foi capaz de reduzir o tempo de recuperação de pacientes infectados pelo vírus em até quatro dias. Contudo, o estudo não encontrou diferença estatística significativa em relação à taxa de mortalidade.
Na análise, metade dos pacientes tomaram o medicamento e a outra parte um placebo, no caso das pessoas que fizeram uso do remdesivir, o fármaco diminuiu em 31% o tempo médio de internação, ou seja, de 15 para 11 dias. Fato que poderá ajudar a desafogar os sistemas de saúde em todo o mundo, caso resultados definitivos e conclusivos comprovem, futuramente, a real eficácia da substância.
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