De 2018 para 2019, a farmacêutica suíça Roche apresentou um avanço de 32% no lucro líquido desse período, que representa a quantia de 14 bilhões de francos suíços (equivalente a cerca de R$ 61 bilhões). Em um panorama total as vendas subiram 8,1%, igual a 61,47 bilhões francos suíços (quase R$ 268,15 bilhões).
O crescimento foi impulsionado, especialmente, por mercados localizados na América Latina e na região Ásia-Pacífico. Nesses locais, a comercialização dos produtos da indústria farmacêutica cresceu em 12% em um e, respectivamente, 6% em outro. Em países de grupos emergentes, como o Brasil, por exemplo, as vendas aumentaram em 7%, segundo matéria divulgada no Valor Econômico.
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Ao todo, o aumento do lucro da empresa foi superior a 30%, que a companhia definiu como um desempenho positivo atribuído também a uma redução no valor de baixas contábeis no ano passado. Já o lucro operacional cresceu em 10%, € 22 bilhões (mais de R$ 103 bilhões).
A Roche também destacou alguns medicamentos que são protagonistas desse sucesso. De acordo com a farmacêutica, o medicamento para esclerose múltipla, Ocrevus, o novo tratamento para hemofilia, Hemlibira, além de dois produtos para combater o cancro, o Tecentriq e o Parjeta, foram impulsionadores desse lucro.
A estimativa é que, em 2020, as vendas cresçam entre 1% e 6%, excluindo os efeitos do câmbio. Dessa forma, as ações devem subir paralelas a alta comercialização dos medicamentos.
Inovação da Roche
Recentemente aprovado no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento polatuzumabe vedotina, da farmacêutica Roche, é indicado para o tratamento do linfoma difuso de grandes células B. O produto representa uma inovação em fármacos que funcionam como um ‘Cavalo de Troia’.
Isso porque, em vez de aplicar a quimioterapia no corpo todo, o medicamento se conecta ao câncer e, só então, libera esse agente tóxico contra o tumor, aumentando a eficácia da terapia e reduzindo efeitos adversos.
O tratamento em primeira linha utilizado nos pacientes com esse tipo câncer, normalmente, acontece por meio de sessões de quimioterapia. No entanto, em alguns casos, a terapia pode não funcionar, caso isso aconteça, os médicos costumam indicar o transplante autólogo de medula óssea. A pessoa então recebe doses muito fortes de medicamentos quimioterápicos.
A terapia funciona em muitos casos, entretanto, o médico chefe do Centro de Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo Cancer Center, Jayr Schmidt Filho, explica: “Mas muitas pessoas com esse tipo de linfoma não suportam uma estratégia tão agressiva, até porque tendem a ser mais velhas e podem ter outras doenças”, diz ele, em entrevista ao site Saúde Abril.
Nesse sentido, que o medicamento da Roche é inovador, pois, representa uma nova alternativa para esse paciente: “A expectativa é positiva. Não tínhamos alternativas satisfatórias nesse cenário”, finaliza Schmidt.
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