A Bionovis, farmacêutica brasileira que tem como sócios os laboratórios Aché, EMS, Hypera Pharma e União Química, deve fechar o ano com um faturamento de R$ 450 milhões. A expectativa para 2020 é que a receita suba para R$ 600 milhões. Segundo o presidente executivo da companhia, Odnir Finotti, esse desempenho será alcançado com a operação de uma nova etapa da transferência de tecnologia para o medicamento biológico que a farmacêutica desenvolve com a Fiocruz/Bio-Manguinhos, por meio de Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDPs).
“Hoje, já fazemos o envase em nossa unidade em Valinhos (SP) do medicamento biológico Rituximabe [referência MabThera], que combate o câncer de linfoma não-Hodgkin. Já o Etanercepte [produto de referência Enbrel], fazemos a embalagem. Somente para essa linha de envase, tivemos que investir R$ 215 milhões, recursos dos sócios”, afirmou o executivo.
Segundo Finotti, a companhia recebeu, neste fim de ano, o banco de células do Infliximabe, indicado para artrite reumatóide, em parceria com a Janssen Cilag, que detém o biofármaco de referência. “Com isso, teremos que investir mais R$ 410 milhões nessa fábrica nos próximos quatro anos, para nos prepararmos para a produção desses medicamentos”, afirmou Finotti.
No próximo ano, segundo ele, a companhia irá começar a produzir o lote piloto do Infliximabe, que será utilizado somente para pesquisa e transferência da tecnologia. “Até o primeiro trimestre de 2020 devemos ser capazes de produzir 200 litros desse medicamento. Hoje, nosso laboratório está equipado com um biorreator de 2 litros. No processo de transferência de tecnologia, esta é uma das etapas mais relevantes pois o banco de células é a matéria prima fundamental para a produção do medicamento biológico”, disse.
Pelo cronograma estabelecido na PDP, a Bionovis fabrica em 2021 o primeiro lote, chamado de engenharia, para conseguir a habilitação da unidade junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O nosso primeiro medicamento a ser totalmente produzido no Brasil será o Infliximabe. Colocaremos esse biofármaco no mercado em 2024”, disse Finotti.
Além dos medicamentos que a Bionovis já possui o registro junto à Anvisa, ao todo sete biofármacos, ela prevê dar entrada em processos para mais três biossimilares no próximo ano. “Temos compromissadas com o governo Federal, através do Ministério da Saúde, dez PDPs. Dimensionamos a fábrica para atender à demanda interna e, também, para conquistar espaço no mercado internacional com os produtos desenvolvidos pela Bionovis.”