Pandemia: as ciências farmacêuticas estão em alta, avalia Atila Iamarino

Pandemia: as ciências farmacêuticas estão em alta, avalia Atila Lamarino

Em meio à pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19), o papel do farmacêutico se tornou ainda mais fundamental para auxiliar e orientar os pacientes, já que esse profissional atua na linha de frente no combate ao vírus. 

Em live transmitida pelo ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, na quinta-feira (18/06), o biólogo e pesquisador brasileiro, Atila Iamarino, explicou que enquanto não houver uma vacina que, efetivamente, possa prevenir contra a Covid-19, os farmacêuticos e a ciência são peças-chave para auxiliar os pacientes.

“Atualmente, começamos a entrar na fase das intervenções farmacológicas, relacionadas aos tratamentos, vacinas e outras medidas que vamos ver acontecer", ressalta.

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Segundo Iamarino, principalmente em virtude da falta de comunicação por parte de uma política federal, a população irá buscar cada vez mais o auxílio dos farmacêuticos e de outros profissionais da ciência e da saúde. Nesse sentido, vale destacar que, atualmente, o próprio Ministério da Saúde (MS) está sob o comando interino do general, Eduardo Pazuello, a quem é atribuído um aumento da presença de militares em cargos da pasta, que, em maioria, não possuem conhecimento técnico na área.

“Tem países que estão lidando bem com a situação [pandêmica], em que os presidentes e outros líderes estão todos os dias na televisão dizendo: 'temos tantos casos; ou a situação está progredindo; fiquem em casa e usem máscaras'. No entanto, no Brasil nós não temos esse tipo de orientação", exemplifica.

Iamarino continua: “Vocês [farmacêuticos] são profissionais que vão ser buscados, cada vez mais, para orientar a população, principalmente, porque há esse vácuo, essa falta de informação”, destaca.

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Aumento de responsabilidades

De acordo com Iamarino, conforme novos medicamentos começarem a surgir, o papel do farmacêutico será cada vez mais importante, principalmente, devido ao fato de que algumas substâncias já chegaram a ser indicadas sem estudos conclusivos.

“A cloroquina já chegou a esse ponto de politização aguda, entre quem está realizando os testes e quem está verificando se funciona ou não funciona”. Em outro trecho ele continua: “Há médicos receitando na contramão, porque precisam receitar alguma coisa devido ao fato de que as pessoas querem”.

Ele complementa: “Assim que sai algum resultado positivo [referente a alguma substância] as pessoas correm para a farmácia para fazer estoque com aquele medicamento, para arriscar se o produto funciona. Não sei se isso já está acontecendo com a dexametasona, mas imagino que sim, sendo que não faz sentido, pois, as pessoas podem precisar desse medicamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não no dia a dia”, pontua.

Iamarino ressalta que seja para o lado positivo ou negativo as pessoas vão procurar o farmacêutico como uma fonte de informação: “Seja para o bem, com as pessoas reconhecendo a diferença que vocês fazem na vida delas, por meio de uma boa orientação, ou seja para o mal, em uma situação em que elas vão culpá-los, pois, querem aquilo que viram no grupo do WhatsApp. Então, nessa situação [elas pensam] que se vocês não estão deixando elas consumirem é porque não querem o bem delas".

O farmacêutico como protagonista

Por fim, o biólogo, que ainda é doutor em virologia, enfatiza que os farmacêuticos serão cada vez mais uma figura de referência para a população, especialmente, se testes e vacinas ficarem ainda mais disponíveis em farmácias.

“Nós vivemos uma pandemia de vírus e de informação. Algumas informações são boas, pois, foi possível compreender determinadas questões [sobre a pandemia] em seis meses, fato que é inédito na história da humanidade. Mas houve também informações ruins, que fizeram algumas pessoas tomar metanol no Irã, causando cegueira e até morrerem em decorrência disso”.

Assista ao vídeo com a transmissão completa do ICTQ:

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