O grupo Raia Drogasil lança plataforma digital de saúde para terceiros e busca tornar farmácia um ‘hub’ do segmento, com opção de telemedicina e aplicativo para incentivar hábitos saudáveis. Ao mesmo tempo, a rede implementa sua gestão e anuncia novos serviços e mais 480 lojas físicas em dois anos.
Líder de varejo farmacêutico no País, a rede que opera com as marcas Raia e Drogasil pretende colocar no mercado ainda em outubro um marketplace de produtos e serviços para saúde. O projeto, que vai incluir itens relacionados ao bem-estar nos mais diversos segmentos, já está cadastrando parceiros e deve ser lançado dentro de duas ou três semanas, revelou o Estadão.
Como parte do objetivo de ampliar sua atuação, a companhia anunciou a compra da startup Manipulaê, plataforma de medicamentos manipulados, área em que a empresa ainda não atuava, e que vai equipar boa parte de suas 2.200 lojas, distribuídas em 23 Estados, para oferecer serviços como vacinação, exames clínicos e telemedicina, conforme revelou o site Brazil Journal. No pacote também novas 480 lojas até 2022. A empresa prepara ainda um novo app com dicas de bem-estar.
De acordo com o presidente da Raia Drogasil, Marcilio Pousada (foto), apesar de ser líder, a empresa tem participação de 14% no segmento farma no País. Isso quer dizer que, em sua visão, há espaço para crescer, conforme revelou ao Estadão. Ele espera que a maior parte dessa expansão projetada para os próximos anos venha do digital.
A ideia da companhia é que a farmácia se transforme em um ‘hub de saúde’, ou seja, uma plataforma concentradora do segmento. À medida que o marketplace crescer, as lojas serão usadas como pontos de coleta e distribuição de mercadorias. Pousada revelou ao jornal que, dos 40 milhões de clientes da Raia Drogasil, 4 milhões já fazem compras digitais. Segundo ele, os canais on-line da marca têm cerca de 25 milhões de visitas ao mês.
“Nós somos o dono natural de uma plataforma B2C de saúde, porque temos uma capilaridade que ninguém tem”, acrescentou ao Brazil Journal o diretor da empresa, Eugênio de Zagottis. “O cliente vai ao hospital poucas vezes por ano, vai ao laboratório um pouco mais, mas na farmácia ele vai pelo menos uma vez por mês. O custo de aquisição de clientes é proibitivo para muita gente, mas nós já temos o cliente”.
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Com o marketplace, o total de produtos ofertados pela rede vai ser ampliado consideravelmente. A previsão é saltar dos atuais 12 mil itens para 100 mil, criando lojas virtuais para marcas que já vendem em estabelecimentos físicos e estimulando o cliente a recolher o produto na loja. “O nosso crescimento de vendas tem vindo do digital, com o cliente comprando no site e pegando o produto na farmácia ou recebendo em casa”, completou Pousada ao Brazil Journal.
Do ponto de vista estratégico, a ideia da empresa é que a farmácia seja o local aonde cliente vai também buscar opções de bem-estar. Além do marketplace de produtos, a Raia Drogasil vai lançar em 2021 um marketplace de serviços de saúde, conectando profissionais como nutricionistas, preparadores físicos, psicólogos e permitindo consultas de telemedicina em que o paciente, sentado em uma sala dentro da farmácia, seja avaliado remotamente por um médico, mas com a assistência presencial de outro profissional de saúde.
Segundo o presidente da Raia Drogasil contou ao Estadão, a pandemia de coronavírus serviu como uma espécie de teste para a prestação de serviço nas farmácias. As lojas da empresa realizaram cerca de 400 mil testes rápidos de Covid-19 ao longo dos últimos seis meses.
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