O departamento de farmácia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) lançou um guia com recomendações aos farmacêuticos que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou que fazem parte de equipes hospitalares ligadas ao setor, em meio ao estado de calamidade instalado em decorrência da pandemia ocasionada pelo novo coronavírus (Covid-19).
A entidade ressalta que os farmacêuticos clínicos intensivistas têm um papel essencial e necessário nos cuidados com os pacientes infectados pelo novo coronavírus, que em seu estágio mais grave da doença pode provocar lesão tecidual capaz de desencadear falência orgânica em sucessivos sistemas fisiológicos.
Essa condição pode ocasionar a utilização de inúmeros fármacos simultaneamente (muitos de alta vigilância), fato que pode resultar em consequentes interações e incompatibilidades medicamentosas. Além disso, há muitos riscos de reações adversas, e a necessidade de individualizar a posologia das substâncias com o objetivo de otimizar o tratamento farmacológico.
Entres muitas recomendações, o guia indica que os farmacêuticos que cumprem expediente nas dependências das UTIs façam uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), fato que deve ser definido pela própria instituição (hospital), ou na ausência dessa diretriz definida pela unidade de saúde, os profissionais devem seguir as regulamentações indicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Receba nossas notícias por e-mail: Cadastre aqui seu endereço eletrônico para receber nossas matérias diariamente
Já para os farmacêuticos que atuam no ambiente hospitalar, mas que ficam alocados fora da UTI, o documento recomenda reduzir o deslocamento à unidade de terapia intensiva ao mínimo possível, privilegiando a comunicação por meios remotos. Caso seja necessária a entrada na UTI, também é recomendo que esses profissionais não se esqueçam de fazer uso dos EPIs.
Recomendações sobre higiene
Em outro tópico, o guia recomenda que os farmacêuticos realizem a lavagem das mãos com água e sabão ou a higienização com álcool em gel 75% nos seguintes momentos da assistência farmacêutica:
- Ao se deslocar entre a UTI e a farmácia, sempre que entrar e sair em ambos os setores;
- após ter contato com objetos inanimados e superfícies, ou ambientes próximos ao paciente infectado, o que compreende: prescrições médicas, prontuários físicos, equipos, bombas de infusão contínua (BIC), pertences dos pacientes, objetos de uso comum na unidade (grampeador, tesoura etc) entre outros;
- antes de preparar e manipular medicamentos;
- após a manipulação de produtos devolvidos à farmácia; e
- após a manipulação em carros de emergência da UTI.
Nesse sentido, a entidade reforça que o uso do álcool 70% deve ser feito apenas na impossibilidade de lavar as mãos com água e sabão. Os farmacêuticos devem dominar a técnica para higienização das mãos e orientar os colaboradores da farmácia sempre que necessário.
Outra recomendação da AMIB é que tenha a participação do farmacêutico na visita multiprofissional, resguardando as seguintes considerações e estratégias:
- Se mantidas as discussões presenciais in loco, os integrantes devem seguir as recomendações institucionais quanto ao uso de EPI ou, na sua ausência, seguir as orientações da Anvisa. Se possível, deve-se prezar pelo distanciamento mínimo de um metro entre os integrantes e pela realização em local onde não haja circulação de outros profissionais ou pacientes; e
- se suspensas as discussões presenciais, estas poderão acontecer por meios remotos, com a utilização de aplicativos ou sites que permitam videoconferência entre os membros da equipe para discussão dos casos clínicos, a fim de evitar deslocamentos desnecessários dos profissionais nas unidades de internação e de terapia intensiva. O guia completo pode ser acessado por meio do documento da AMIB (veja aqui).
Participe também: Grupo de WhatsApp para receber notícias farmacêuticas diariamente
Obrigado por apoiar o jornalismo profissional
A missão da Agência de notícias do ICTQ é levar informação confiável e relevante para ajudar os leitores a compreender melhor o universo farmacêutico. O leitor tem acesso ilimitado às reportagens, artigos, fotos, vídeos e áudios publicados e produzidos, de forma independente, pela redação da Instituição. Sua reprodução é permitida, desde que citada a fonte. O ICTQ é o principal responsável pela especialização farmacêutica no Brasil. Muito obrigado por escolher a Instituição para se informar.