Em 2025, poucos temas mobilizaram as conversas sobre saúde pública quanto os medicamentos que chegaram ou voltaram aos holofotes.
Das canetas emagrecedoras que dominaram discussões sobre emagrecimento, segurança e uso responsável, aos avanços no tratamento da tuberculose e do câncer de mama, o ano foi marcado por expectativas, controvérsias e revoluções na medicina.
Até o conhecido e confiável paracetamol entrou na roda de conversa, em uma polêmica levantada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A seguir, relembre cinco medicamentos que deram o que falar e levantaram o debate em saúde em 2025.
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Obesidade
Os medicamentos agonistas do GLP-1, mais conhecidos por canetas emagrecedoras ou por seus nomes comerciais, como Ozempic, Wegovy e Mounjauro, sem dúvida estiveram em destaque este ano.
Indicadas para o tratamento de obesidade pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), e diabetes, as canetas emagrecedoras mostraram-se eficazes e seguras no auxílio ao emagrecimento, de acordo com diversos estudos. A boa notícia é que esse tipo de medicamento também apresentou benefícios no combate a outras doenças, como apneia do sono, doenças cardiovasculares e até mesmo SOP (síndrome dos ovários policísticos) em mulheres com obesidade.
Como era de se esperar, a procura pelo medicamento cresceu rapidamente e, em algumas farmácias pelo país, houve até falta de estoque. As canetas emagrecedoras foram alvos ainda de falsificações e contrabandos, levantando o debate de segurança e eficácia de medicamentos não aprovados pela Anvisa.
Em 2026, novas versões genéricas das canetas emagrecedoras devem chegar no mercado, quando a patente da semaglutida (substância usada nos medicamentos) cair.
Insônia
A insônia é outra condição que está nas conversas do dia a dia dos brasileiros. Segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS), uma a cada três pessoas (cerca de 73 milhões) sofrem de insônia no país.
Em setembro deste ano, um novo medicamento para o tratamento da insônia foi aprovado pela Anvisa, o lemborexante, que será vendido comercialmente pelo nome de Dayvigo.
Diferentemente dos ansiolíticos, e as drogas-Z (zolpidem, zoplicone e eszopiclone), que agem no sistema que gera o sono, o lemborexante atua no bloqueio do sistema que mantém a pessoa acordada. Essa mudança foi bem recebida, uma vez que pode gerar menos efeitos colaterais, menor risco de dependência e maior aceitabilidade.
Tuberculose
Uma nova medicação contra a tuberculose, o antibiótico sorfequiline, trouxe esperança no combate à doença. A novidade foi apresentada na Conferência Mundial sobre Saúde Pulmonar em novembro em Copenhagen (Dinamarca).
A notícia do estudo foi recebida bem pela comunidade médica, uma vez que uma pesquisa da TB Alliance, organização global sem fins lucrativos que se dedica ao desenvolvimento de tratamentos para a tuberculose, mostrou que a nova medicação poderá reduzir a duração do tratamento, que atualmente leva no mínimo seis meses, para cerca de dois meses.
Segundo especialistas ouvidos pela IstoÉ, essa redução de tempo de tratamento pode melhorar a adesão ao tratamento e tem potencial para mudar o tratamento da tuberculose no futuro, embora sejam necessárias mais evidências científicas.
Câncer de mama
O Ministério da Saúde anunciou, em outubro deste ano, a distribuição de um novo medicamento para o tratamento de uma forma agressiva de câncer de mama, trazendo mais uma alternativa de cura e esperança para as mulheres brasileiras.
O trastuzumabe entansina, também conhecido como T-DM1, considerado um medicamento de última geração, é indicado para mulheres diagnosticadas com câncer de mama HER2-positivo que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia inicial.
Na rede privada, o medicamento custava, em média, 11 mil reais por frasco. Agora, será distribuído gratuitamente no SUS, mediante aos requisitos estabelecidos. Segundo a pasta, o trastuzumabe entansina pode reduzir em 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama de tipo HER2-positivo.
Paracetamol
Este ano, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, associou, sem provas, o uso do paracetamol na gestação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), agitando a comunidade médica.
A informação foi desmentida por diversos órgãos de saúde globalmente, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, que afirmaram não haver evidências sobre a relação do medicamento com o autismo.
De acordo com o consenso médico, o paracetamol é um dos únicos medicamentos que podem ser usados com segurança durante a gravidez para reduzir febre e aliviar dores leves, como dor de cabeça, dor de dente, dor nas costas, entre outras.
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