Retatrutida: o que o farmacêutico precisa saber sobre o novo medicamento que promete substituir a bariátrica

A luta contra a obesidade ganhou um novo aliado com a retatrutida, medicamento em fase de estudo que tem mostrado resultados promissores na perda de peso significativa. Desenvolvida como um agonista de múltiplos receptores hormonais, a retatrutida atua simultaneamente nos receptores de GLP-1, GIP e glucagon, oferecendo uma abordagem inovadora no tratamento da obesidade.

Em estudos clínicos recentes, a retatrutida demonstrou uma eficácia notável na redução do peso corporal. Pacientes que utilizaram o medicamento apresentaram uma perda de peso média de até 24,2% após 48 semanas de tratamento, recebendo a dosagem de 12 mg. Com isso, ela superaria os resultados das terapias existentes e poderia chegar ao percentual dos 30% obtidos na cirurgia bariátrica, mas sem a necessidade de procedimentos cirúrgicos e suas possíveis complicações.

A retatrutida diferencia-se por sua capacidade de ativar simultaneamente três receptores hormonais envolvidos na regulação do apetite e do metabolismo energético. Ao estimular os receptores de GLP-1, GIP e glucagon, o medicamento promove uma sensação de saciedade prolongada e aumenta o gasto energético, contribuindo para a perda de peso. Essa abordagem multifacetada representa um avanço significativo em relação aos tratamentos atuais, que geralmente focam em um único receptor.

De acordo com o professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e farmacêutico clínico das Farmácias Suaiden, dr. André Schmidt Suaiden, embora os resultados sejam promissores, é essencial considerar o perfil de segurança da retatrutida. Os estudos clínicos relataram efeitos colaterais como náuseas, vômitos e diarreia em alguns pacientes, especialmente nas fases iniciais do tratamento. No entanto, a maioria desses efeitos adversos foi transitória e de intensidade leve a moderada. “A monitorização contínua e a avaliação individualizada são fundamentais para garantir a segurança dos pacientes durante o uso do medicamento”.

Perspectivas de aprovação e disponibilidade no Brasil

Atualmente, a retatrutida está em fase 2 de estudos clínicos, e os resultados positivos aumentam as expectativas para sua aprovação pelas autoridades regulatórias, com grandes expectativas para a próxima etapa de ensaios clínicos (a fase 3).

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acompanha de perto o desenvolvimento de novos medicamentos para a obesidade. A aprovação e a disponibilização da retatrutida no mercado brasileiro dependerão da submissão dos dados completos de eficácia e segurança, seguidos de uma avaliação criteriosa pela Agência.

 

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A provável chegada de mais esse competidor mexe com um mercado bilionário, integrado pelas canetas injetáveis para emagrecimento e outros medicamentos, como a semaglutida (comercializada como Ozempic e Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro).

 

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O papel do farmacêutico no manejo da obesidade

Suaiden ressalta que o tratamento da obesidade deve ser conduzido por profissionais de saúde qualificados, incluindo os farmacêuticos. A automedicação ou o uso de medicamentos sem orientação adequada pode acarretar riscos significativos à saúde. Portanto, a introdução de novos medicamentos, como a retatrutida, deve ser acompanhada de uma estratégia terapêutica personalizada e supervisionada por especialistas.

Ele destaca que o farmacêutico desempenha um papel essencial no manejo da obesidade, atuando em diversas frentes para garantir a eficácia e a segurança dos tratamentos, como:

  • Educação e orientação - os farmacêuticos são responsáveis por educar os pacientes sobre o uso correto dos medicamentos, incluindo a retatrutida, explicando a posologia, possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas. Essa orientação contribui para o uso racional dos medicamentos e para a adesão ao tratamento.
  • Monitoramento e acompanhamento - acompanhando de perto a evolução dos pacientes, os farmacêuticos podem identificar precocemente quaisquer efeitos adversos ou problemas relacionados ao tratamento, permitindo intervenções rápidas e eficazes.
  • Promoção da saúde e prevenção - além do foco no tratamento medicamentoso, os farmacêuticos incentivam hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas, auxiliando na prevenção da obesidade e de suas comorbidades.

“Assim, a retatrutida surge como uma promessa no tratamento da obesidade, oferecendo uma abordagem inovadora e eficaz na redução de peso, com o farmacêutico sendo indispensável nesse contexto, assegurando que os pacientes recebam informações adequadas e acompanhamento contínuo em sua jornada para uma vida mais saudável”, defende Suaiden.

Farmacêuticos prescrevem medicamentos contra a obesidade

Fundamental destacar que o farmacêutico já está autorizado a prescrever medicamentos de venda sob prescrição. Ele pode, também, renovar prescrições previamente emitidas por outros profissionais de saúde legalmente habilitados e prescrever medicamentos em atendimento à pessoa sob risco de morte iminente, de acordo com a Resolução 5/2025, em 20 de fevereiro de 2025.

No entanto, os medicamentos categorizados sob prescrição somente poderão ser prescritos pelo farmacêutico que possua o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica, estabelecido pela Resolução 4, de 20 de fevereiro de 2025, do CFF. Dessa forma, os mais de 30 mil alunos que cursaram pós-graduação em Farmácia Clínica no ICTQ já estão habilitados a requerer o RQE em Farmácia Clínica diretamente no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, podendo atuar, de forma mais ampla e segura, junto aos pacientes em acompanhamento farmacoterapêutico.

Capacitação farmacêutica

Para quem deseja se capacitar e se habilitar a requerer seu RQE em Farmácia Clínica, o ICTQ oferece alguns cursos de pós-graduação que devem interessar:

Saiba mais sobre os cursos de pós-graduação do ICTQ  AQUI.

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