O farmacêutico clínico no controle da tuberculose: da identificação ao tratamento

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que, apesar dos avanços na medicina, continua representando um significativo desafio de saúde pública no País. Em 24 de março é comemorado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, e a semana de 24 a 31 é destinada, aqui no Brasil, à Mobilização e Luta Contra a Tuberculose.

Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, a TB afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outras partes do corpo. Para os profissionais de saúde, especialmente os farmacêuticos, compreender a epidemiologia, os fatores de risco e as estratégias de controle da TB é essencial para aprimorar o manejo e a prevenção da doença.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2023, o Brasil registrou mais de 84 mil casos novos de TB, resultando em um coeficiente de incidência de 39,7 casos por 100 mil habitantes. Além disso, foram contabilizados mais de 5.900 óbitos atribuídos à doença, correspondendo a um coeficiente de mortalidade de 2,8 óbitos por 100 mil habitantes.

A distribuição da TB no território nacional é heterogênea, com algumas regiões apresentando taxas de incidência superiores à média nacional. Por exemplo, estados como Amazonas e Rio de Janeiro registraram coeficientes de incidência de 72,9 e 68,3 casos por 100 mil habitantes, respectivamente, em 2023.

A TB afeta desproporcionalmente certas populações, incluindo pessoas privadas de liberdade, indígenas, moradores de rua e indivíduos vivendo com HIV. Esses grupos enfrentam condições que aumentam a vulnerabilidade à doença, como aglomerações, acesso limitado aos serviços de saúde e imunossupressão, segundo informações do Ministério da Saúde.

Desafios no Controle da Tuberculose

O controle da TB no Brasil enfrenta diversos desafios, entre eles:

  • Diagnóstico precoce: a identificação rápida dos casos é crucial para interromper a cadeia de transmissão. No entanto, barreiras como o acesso limitado a serviços de saúde e a falta de conhecimento sobre os sintomas podem atrasar o diagnóstico.
  • Adesão ao tratamento: o tratamento da TB é prolongado, geralmente durando seis meses. A interrupção do tratamento pode levar ao desenvolvimento de cepas resistentes, tornando a doença mais difícil de tratar.
  • Coinfecção TB-HIV: a coinfecção com o HIV aumenta a complexidade do manejo clínico e está associada a taxas mais altas de mortalidade.

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Apesar dos desafios, o Brasil tem implementado diversas estratégias para combater a TB:

  • Tratamento Diretamente Observado (TDO): essa estratégia envolve a supervisão direta da ingestão dos medicamentos pelos pacientes, garantindo a adesão ao tratamento e reduzindo as taxas de abandono.
  • Integração de serviços: a integração dos serviços de TB com os de HIV/AIDS permite um manejo mais eficaz das coinfecções, garantindo que os pacientes recebam cuidados abrangentes.
  • Educação e sensibilização: campanhas de conscientização têm sido realizadas para informar a população sobre os sintomas da TB, a importância do diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento.

O papel dos farmacêuticos no combate à tuberculose

“A atuação dos farmacêuticos é fundamental no enfrentamento da tuberculose no Brasil. Suas atribuições clínicas, somadas ao conhecimento técnico e à capacidade de prescrição preventiva, contribuem significativamente para o controle da doença e a promoção da saúde pública” fala o professor do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e farmacêutico clínico das Farmácias Suaiden, dr. André Schmidt Suaiden.

Assim, Suaiden lista as diversas frentes em que o farmacêutico deve atuar no manejo dos casos de tuberculose:

  • Dispensação de medicamentos: garantir que os pacientes recebam os medicamentos corretos, nas doses adequadas, é essencial para o sucesso do tratamento.
  • Orientação aos pacientes: educar os pacientes sobre a importância da adesão ao tratamento, possíveis efeitos colaterais e a necessidade de completar o regime terapêutico ajuda a prevenir o desenvolvimento de resistência medicamentosa.
  • Monitoramento de efeitos adversos: identificar e gerenciar prontamente os efeitos colaterais dos medicamentos aumenta a segurança e o conforto dos pacientes, incentivando a continuidade do tratamento.
  • Participação em programas de saúde pública: farmacêuticos podem colaborar com programas governamentais e organizações não governamentais em iniciativas de prevenção, diagnóstico e tratamento da TB.

Importante ressaltar que, com o objetivo de estabelecer o perfil farmacoterapêutico no acompanhamento sistemático do paciente e a prescrição farmacêutica pelo farmacêutico, inclusive de medicamentos tarjados, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou a Resolução 5/2025, em 20 de fevereiro de 2025, que representa um marco para o exercício profissional, promovendo maior segurança e qualidade no atendimento ao paciente, neste caso, com tuberculose.

Assim, o farmacêutico está autorizado a prescrever medicamentos, incluindo aqueles de venda sob prescrição; a renovar prescrições previamente emitidas por outros profissionais de saúde legalmente habilitados; e a prescrever medicamentos em atendimento à pessoa sob risco de morte iminente.

Vale lembrar que os medicamentos categorizados sob prescrição somente poderão ser prescritos pelo farmacêutico que possua o Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Farmácia Clínica, estabelecido pela Resolução 4, de 20 de fevereiro de 2025, do CFF. Dessa forma, os mais de 30 mil alunos que cursaram pós-graduação em Farmácia Clínica no ICTQ já estão habilitados a requerer o RQE diretamente no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, podendo atuar de forma mais ampla e segura junto aos pacientes com tuberculose.

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