No Brasil, pelo menos 3,8 milhões de pessoas não retornaram aos postos de vacinação para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19. O dado foi divulgado no final de junho, pelo Ministério da Saúde (MS). Quais complicações essa parcela da população pode ter ao deixar de concluir a imunização?
Para responder essa pergunta, a infectologista Elaine Monteiro Matsuda, da plataforma digital Doctoralia, que conecta médicos com pacientes, explicou os riscos que podem ocorrer nessas situações.
Em entrevista publicada ao portal 2A+Farma ela enfatizou que apenas o ciclo completo da vacinação é capaz de garantir a imunidade e defesa ao novo coronavírus. E, se tratando dos imunizantes que são divididos em duas doses, como Astrazeneca, Coronavac e Pfizer, deve-se concluir as duas etapas.
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“Obviamente, nenhuma das vacinas que possuímos atualmente é 100%, mas a segunda dose faz com que a resposta vacinal seja a melhor possível”, explicou.
Complicações ao não tomar a segunda dose
Como consequência ao não tomar a segunda dose, a médica destaca a exposição ao vírus, inclusive às suas novas variantes, já que a vacina não desempenhará sua eficácia máxima.
“Consequentemente, a defesa cairá com o tempo, assim como sua durabilidade. A verdade é que, hoje, não temos certeza de como a nossa memória e o nosso estímulo estão sendo apresentados para o vírus e, em razão disso, é essencial que o calendário de vacinação seja cumprido em sua totalidade, visto que o mesmo vírus pode ter variantes que escapam da defesa vacinal.”
Por outro lado, ao tomar a segunda dose da vacina com atraso, a médica cita que há também o risco da incerteza sobre a resposta da imunidade em relação ao vírus. Isso porque os estudos sobre os imunizantes avaliaram um período de intervalo para a aplicação das doses, logo, esse é o tempo ideal para garantir o potencial máximo da vacina.
Por fim, a médica não descartou a possibilidade de ser necessário, futuramente, uma dose de reforço das vacinas contra a Covid-19. Nesse caso, ela explicou que isso pode ocorrer devido às mutações do vírus, e pode se dar após os estudos apontarem como a população irá agir em relação à vacina e às variantes. “Garantindo a imunização das pessoas, o vírus irá circular menos e, assim, a população terá menos chance de se contaminar e, inclusive, gerar novas mutações”, defendeu.
Estudos sobre novos medicamentos e vacinas
O farmacêutico e o gerente-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes, em vídeo publicado no canal do Youtube do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Tecnologia para o Mercado Farmacêutico, faz uma explicação rápida da importância de se tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
Ele detalha porque há vacinas com dosagens diferentes e explica que o que define como será a administração delas são os estudos clínicos. Portanto, deve-se ser obedecido os intervalos delas.
“Por isso que essas doses são divididas em intervalos de tempo. Esse intervalo de tempo é importante ser seguido à risca porque é justamente o intervalo para preparar o corpo para que a segunda dose possa ser efetiva e gerar esses anticorpos neutralizantes.”, explicou Mendes, que também é professor no ICTQ, na Pós-graduação de Assuntos Regulatórios, entre outros cursos.
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