A pandemia da Covid-19 obrigou a ciência a trabalhar sob constante urgência em busca de medicamentos e vacinas para combater o novo coronavírus e salvar vidas.
Conforme publicado pela CNN Brasil, cientistas alertam que agora é necessário retomar os ensaios clínicos de forma mais planejada para derrotar novas epidemias.
O médico e professor de medicina, microbiologia e epidemiologia na Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, Myron Cohen, é um desses pesquisadores. Ele explica que o “desespero e a urgência podem nos afastar do método científico”. Por isso, “é melhor não trabalhar na base da tentativa e erro ou vai que cola”.
Para isso, o pesquisador defende estratégias que podem ser aplicadas para conduzir novos estudos clínicos no desenvolvimento de medicamentos.
Novas estratégias para os ensaios clínicos
Entre essas estratégias, os cientistas citam a necessidade de conduzir os ensaios maiores e coordenados entre as instituições. Outra medida é focar em escolher os medicamentos certos para os grandes ensaios e optar por, no máximo, estudar duas dezenas dos mais promissores, não centenas, como foi o caso da Covid-19.
A melhor forma de compartilhar os dados também foi observada pelos estudiosos. Assim, mesmo que não haja uma parceria público-privada para descobrir quais medicamentos funcionam, é importante que os princípios da ciência aberta sejam aplicados e todos possam ter acesso aos estudos e resultados já coletados.
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Outro ponto defendido é fazer a colaboração na classe científica ser um objetivo e não uma concorrência.
Enquanto isso, na sociedade, o diretor de inovação clínica do Centro Nacional para Avanço de Estudos Translacionais dos Estados Unidos, Michael Kurilla, defende o envolvimento dos pacientes. Nesse caso, que eles tenham acesso aos dados de estudo, de forma transparente.
Além disso, o pesquisador pontuou que é preciso encontrar os participantes onde eles estiverem, ou seja, não esperar pelo retorno deles ao hospital, e sim usar novas abordagens, seja encontrá-los em suas casas, por meio de aplicativos ou qualquer outra ferramenta que otimize o estudo.
Como funcionam estudos clínicos no Brasil
O processo para introduzir uma nova terapia na área da saúde geralmente segue um curso tradicional, no qual o estudo clínico é dividido em três etapas distintas, que avaliam a segurança, qualidade e eficácia.
No Brasil, no que se refere ao desenvolvimento de vacinas e medicamentos, cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fazer a análise e conceder aprovação destes produtos.
Em vídeo publicado no canal do Youtube do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Tecnologia para o Mercado Farmacêutico, o gerente-geral da Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, Gustavo Mendes, explica como se dá a atuação da entidade no processo de análise de novas vacinas.
De acordo com ele, os estudos clínicos também são divididos em três etapas. Mas, antes de submeter humanos aos testes, as vacinas precisam ter sido testadas em animais e modelos laboratoriais, evitando riscos aos voluntários.
“Antes de qualquer estudo em humano, as vacinas precisam ser testadas em modelos animais e modelos laboratoriais, porque é ali que se verifica se a vacina pode oferecer algum risco para as pessoas e quais são esses riscos”, explicou Mendes, que também é professor no ICTQ, na Pós-graduação de Assuntos Regulatórios, entre outros cursos.
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