Levantamento da Memed, empresa de prescrições digitais, mostra que 93% das farmácias consultadas desejam que o uso da receita on-line continue após o fim da pandemia, revelou a revista Veja.
Na pesquisa, entre os médicos que utilizam a plataforma, a receptividade da prescrição digital foi ainda mais elevada: 100% deles são a favor desse tipo de receita.
O levantamento foi feito entre profissionais da saúde em agosto de 2020 e em maio de 2021. Em ambas as etapas, 94% dos respondentes disseram estar satisfeitos com o serviço. Entre as farmácias, o levantamento foi feito apenas em uma etapa, em agosto.
Ainda segundo o estudo, com relação aos formatos de prescrição que os pacientes têm preferência, foi apontado que 54% preferem receber via WhatsApp, 42%, impressa, 36% por e-mail, 34% via SMS e apenas 11% a querem manuscrita.
“A receita digital é um grande avanço para a medicina, facilitando o acesso à saúde pelos pacientes”, afirma o farmacêutico e professor da pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni.
Ele ainda destaca outro benéfico da prescrição on-line. “Com a receita digital, os farmacêuticos e balconistas se beneficiam com prescrições legíveis, reduzindo a possibilidade de erros de medicação por dispensação incorreta, garantindo o tratamento certo e qualidade de vida ao paciente”.
Prescrição digitalizada não é receita digital
É importante ressaltar a diferença existente entre receita digital e digitalizada, lembra Poloni. “Se a receita foi feita de forma física (em papel, assinada e carimbada) pelo prescritor, ela não se torna digital se for escaneada ou se tirar uma foto dela e enviar por meios eletrônicos. Apenas a receita nascida eletrônica, que possua assinatura digital do prescritor e seja certificada pela ICP-Brasil, é considerada oficial”, salienta o professor.
No ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicou uma nota técnica sobre o tema, em que destacou: “a prescrição eletrônica com assinatura digital não é o mesmo que a prescrição digitalizada – cópia digitalizada de uma receita emitida manualmente. Esta última não pode ser aceita para dispensação de medicamentos controlados e antimicrobianos de acordo com as normativas vigentes”.
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Existem diversos tipos de assinaturas digitais, mas, segundo a legislação brasileira, apenas as certificadas pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPBrasil) tornam um documento oficial e com assinatura válida.
“No âmbito da ICP-Brasil, a assinatura digital possui autenticidade, integridade, confiabilidade e o não-repúdio. O autor não poderá, por forças tecnológicas e legais, negar que seja o responsável por seu conteúdo”, diz o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), do Governo Federal, que valida os documentos digitais.
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