Cientistas das universidades de Oxford e Sheffield, no Reino Unido, revelaram, por meio de um estudo publicado hoje (01/12), que o novo coronavírus (Covid-19) pode provocar danos pulmonares por mais de três meses após a infecção, embora os exames convencionais não possam detectá-los.
Nesse sentido, uma pesquisa foi realizada com dez pessoas, utilizando um novo scanner para localizar os danos pulmonares que não conseguiram ser visualizados em exames convencionais de imagens. Segundo revelou a Universidade de Sheffield, por meio de comunicado, a técnica fez uso de gás xenônio, que foi inalado por esse grupo de pacientes submetidos a uma investigação de imagens por ressonância magnética.
Dos dez pacientes, entre 19 e 69 anos, oito tiveram falta de ar e fadiga três meses após terem ficado doentes, embora nenhum deles tenha sido levado para uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou precisado de auxílio de equipamentos para respirar. Nesse grupo, os exames convencionais não identificaram problemas nos pulmões em nenhum dos participantes.
Contudo, com os novos exames realizados por meio da pesquisa, que é liderada pelo pesquisador Fergus Gleeson, foram encontrados sinais de danos pulmonares nos oito pacientes com dificuldades para respirar, destacando áreas onde o ar não fluía facilmente para o sangue, segundo matéria publicada pelo R7.
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Nesse sentido, os resultados levaram Gleeson a planejar o desenvolvimento de um novo experimento, que deverá contar com 100 pacientes. O objetivo é constatar se o mesmo se aplica às pessoas que não foram internadas e não sofreram de sintomas tão graves.
Gleeson acredita que o dano pulmonar identificado pelos exames de xenônio pode ser um dos fatores por trás da "Covid-19 longa", que é um quadro relatado por alguns pacientes que se sentem mal após muitos meses da infecção.
A técnica
Já em relação à nova técnica, o exame foi desenvolvido por um grupo de pesquisa da Universidade de Sheffield, liderado pelo professor James Wild. Segundo ele, o método proporciona uma forma "única" de revelar os danos pulmonares causados pela infecção da Covid-19 e as suas consequências.
"Em outras doenças pulmonares fibróticas mostramos que os métodos são muito sensíveis a essa deficiência e esperamos que o trabalho possa ajudar a entender a doença pulmonar resultante da Covid-19”, disse ele, segundo matéria publicada na BBC.
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