O Ministério da Saúde prevê lançar em 2021 uma linha de atendimento com informações e socorro para pessoas com doenças mentais. Por meio do número 196 será possível obter ajuda para pacientes mentais, revelou o portal R7. A implantação do canal ocorrerá após capacitação de profissionais da área, que será iniciada em janeiro.
“A linha deve ser colocada à disposição da população até o meio de 2021. E vai se chamar 196, porque todos esses números são usados como linhas de atendimento de urgência. E servirá para dar informações e ajuda para pessoas com doenças mentais”, salientou ao R7 a coordenadora do grupo de trabalho para regulamentar a lei de prevenção ao suicídio e automutilação entre crianças, adolescentes e jovens, Mayra Pinheiro.
Esse grupo foi criado a partir da Lei Federal 13.819/20, que institui a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, a ser implementada pela União em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os municípios, além da participação da sociedade civil e de instituições privadas.
Administrada pelo Ministério da Saúde, a equipe é interministerial – participam também funcionários das pastas da Educação, Cidadania e Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Os trabalhos, que já duram quase dois anos, terão ações práticas no primeiro mês de 2021.
“Vamos iniciar em janeiro, juntamente com a Associação Brasileira de Psiquiatria, treinamento nacional de todas as bases do SAMU, para que esses profissionais saibam atender pessoas que têm doença mental”, esclareceu Mayra. Entre as informações contidas no curso estão uso de medicamentos, encaminhamentos e prescrição.
De acordo com a coordenadora, o curso será por adesão de funcionários e replicado nos Estados por monitores. A estimativa é, que nesse primeiro momento, 200 profissionais se inscrevam no treinamento. “Enquanto isso, estamos estruturando uma linha telefônica, com toda segurança, para atender esses pacientes”, destacou Mayra. O canal 196 é similar ao 190, da Polícia Militar, e ao 193, dos Bombeiros.
Mayra ponderou que a saúde mental passa por uma conjuntura triste, de profunda negligência com os doentes. “As pessoas os tratam como doidos. E essa palavra eu aplico a outras pessoas da sociedade – aquelas que cometem atos de corrupção, de nepotismo, esses sim são doidos. Os que têm doença mental podem ser tratados, e estamos providenciando os serviços adequados para atendê-los”, frisou.
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A coordenadora acrescentou que a situação se agravou durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo ela, o Ministério da Saúde viu explodir os números de brasileiros que sofrem de ansiedade e depressão no período de quarentena.
Dados de uma pesquisa do Ministério da Saúde apontam que a ansiedade é o transtorno mental mais presente entre os brasileiros na pandemia. De acordo com a análise, foi verificada a elevada proporção de ansiedade (86,5%), uma baixa moderada presença de transtorno de estresse pós-traumático (45,5%) e uma baixa proporção de depressão (16%) em sua forma mais grave.
Já o percentual de brasileiros que declararam ter recebido diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental subiu 34,2%, mostram dados do IBGE, divulgados neste mês. A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 aponta que 10,2%, cerca de 16,3 milhões de pessoas com mais de 18 anos, sofrem da doença, segundo o R7.
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