Corrida pela vacina atrai megainvestidores

Corrida pela vacina atrai megainvestidores

Os bons resultados dos laboratórios que desenvolvem vacina contra o novo coronavírus têm atraído a atenção para os papéis dessas empresas, inclusive de megainvestidores como Warren Buffett. Em alguns casos, há ganhos que superam os 350% ao ano, conforme revelou O Globo. Mas analistas alertam que mercado está muito volátil.

Com o anúncio de avanços expressivos no desenvolvimento das vacinas, alguns laboratórios têm registrado ganhos expressivos, como a norte-americana Moderna, que acumula valorização de 354% no ano. Já as ações da empresa alemã de biotecnologia Biontech acumulam alta de 141,6% no ano.

A britânica Astrazeneca, que anunciou 90% de eficácia da vacina que desenvolve com a Universidade de Oxford, teve suas ações elevadas em 8%. Também a Johnson&Johnson teve valorização na Bolsa, com alta de 1,03% no ano.

Mas nem todas têm a mesma performance, mesmo colhendo bons resultados. É o caso da norte-americana Pfizer, cuja vacina que desenvolve em parceria com a Biontech mostra resultados promissores, mas que viu suas ações recuarem em torno de 2%.

Segundo levantamento do banco digital Modalmais para O Globo, entre as 16 maiores farmacêuticas do mundo, seis acumulam ganhos no ano, enquanto dez registraram perdas. “São muitas empresas concorrendo entre si”, assinalou ao jornal o economista-chefe do Modalmais, Álvaro Bandeira.

“Algumas são voltadas unicamente para o segmento de vacinas, outras têm atuações diferentes, e há aquelas que não estão na disputa pelo imunizante. A briga pela vacina está muito grande, as empresas no páreo são líderes do setor, mas têm diferenças estruturais significativas”, analisou Bandeira.

De acordo com o estrategista internacional da XP Investimentos, Guilherme Giserman, o mercado de saúde, especialmente das empresas ligadas à busca pelo imunizante, tende a continuar bastante volátil.

“Conforme saem notícias positivas e negativas sobre a produção da vacina, a resposta do mercado é rápida, o que gera volatilidade. Além disso, algumas empresas têm décadas, outras, mais de cem anos. Isso também ajuda a entender a disparidade nas cotações. Companhias mais recentes tendem a ficar mais expostas à volatilidade”, revelou ao Globo.

Até as vacinas começarem a ser produzidas e distribuídas em larga escala, os papéis do setor farmacêutico devem continuar bastante voláteis, na visão dos analistas. Além de descobrir uma fórmula eficaz, as farmacêuticas ainda terão de fazer acordos com governos para distribuir a vacina.

“Não é razoável dizer que laboratórios ficarão com vacinas encalhadas, porém, é possível projetar que alguns terão mais facilidade de escoar suas produções por conta de melhores contratos firmados. Em um segundo momento, a volatilidade caminha para ser ditada pelo escoamento das vacinas”, acrescentou Bandeira.

Também as chinesas estão no páreo e podem levar alguma vantagem, segundo o economista do Modalmais. “O mercado chinês tem duas particularidades que jogam a favor de suas empresas – consegue produzir em larga escala e com preço mais competitivo. A empresa, embora não negocie ações, tem potencial para influenciar nos papéis das concorrentes”, avaliou.

Contudo, a chinesa Sinovac, que desenvolve uma vacina contra a Covid-19 e tem o Instituto Butantan como parceira, teve a negociação de suas ações suspensa pela Nasdaq devido a uma disputa entre acionistas.

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Toda essa volatilidade não tem espantado grandes investidores. Ao contrário, as perspectivas de crescimento das indústrias farmacêuticas no futuro têm animado parte deles. Na semana passada, a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, revelou ter comprado recentemente papéis de empresas como Merck e Pfizer, no valor de US$ 1,8 bilhão (R$ 9,7 bilhões) e US$ 136 milhões (R$ 730 milhões), respectivamente.

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Igualmente o CEO da Amazon, Jeff Bezos, está de olho nos ganhos do setor. A empresa anunciou neste mês que vai vender medicamentos nos Estados Unidos, por meio da unidade Amazon Pharmacy. A visão de Bezos é de longo prazo – analistas lembram que também pesa a favor dos papéis dos laboratórios o envelhecimento da população global.

“As empresas de cuidados com a saúde têm a seu favor dois pontos: estão cada vez mais investindo em tecnologia, e a população mundial está envelhecendo”, esclareceu Giserman, da XP. “As companhias de tecnologia, por exemplo, foram as que apresentaram os melhores ganhos nos últimos anos. Com o setor de saúde investindo nessa área, e com uma população precisando mais de cuidados com a saúde, a projeção é de que os ganhos sigam no longo prazo”, completou.

No Brasil, o setor ainda é pouco representado na Bolsa. Entretanto, com a possibilidade de o investidor pessoa física fazer aplicações por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs), ter uma pequena fatia dos grandes laboratórios do exterior ficou mais acessível.

Desde o fim de outubro, qualquer investidor pode ter acesso a esses papéis, que são recibos de ações de empresas negociadas no exterior. O banco ou corretora compra as ações da empresa na Bolsa em que elas são negociados, bloqueia os papéis em um custodiante e lança os BDRs no Brasil.

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